07.04.2017 Views

Livro Caminhos

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Caminhos</strong><br />

• Capítulo 10 •<br />

Anoiteceu, Dirce estava iniciando os preparativos para o jantar, quando Arthur subiu as escadas, e bateu<br />

na porta do quarto de Elisa, onde esta demorou um pouco para abrir, por estar demasiadamente receada,<br />

sobre a conversa que provavelmente teriam, mas decidiu encarar Arthur deixando-o entrar.<br />

Ela também estava com muita vergonha, um dos motivos era pelo seu rosto, ainda apresentar muito<br />

inchaço, e o outro por ter dado o vexame de sua bebedeira, Elisa ficou sentada na cama, enquanto o seu<br />

benfeitor lhe falava.<br />

– Muito bom, pelo que estou vendo já está melhor, mas como já deve ter previsto, nós precisamos ter<br />

esta conversa!<br />

– Não tenho nada para falar, sei que só lhe dei trabalho, e estou sendo um estorvo para o senhor,<br />

amanhã bem cedo eu vou embora!<br />

– Quero que entenda o seguinte, que não sairá desta casa até que se recupere, ou eu tenha certeza que<br />

ficará melhor em outro lugar, quanto a dar trabalho, dentro da minha rotina diária, já passei por coisas bem<br />

piores, e estou convicto que posso lhe ajudar, e eu só tenho uma pergunta a lhe fazer, quer realmente ser<br />

ajudada?<br />

– Que tipo de ajuda está me propondo, é sobre dinheiro? O que eu terei de fazer em troca, o que quer<br />

de mim de verdade?<br />

– Pelo tom de sua voz, e pelo que eu pude entender, acha que quero lhe ajudar, para depois me<br />

aproveitar de você, não é mesmo?<br />

– Me desculpe a franqueza, mas todos os homens que conheci, só queriam me pagar para fazer sexo,<br />

tomar meu dinheiro ganho, ou na maioria das vezes me bater, isso quando não me deixavam chapada<br />

para me estuprar!<br />

Agora tudo se encaixava, a surra que levou, o medo de se envolver com a polícia, as drogas e a<br />

bebedeira, entendendo claramente a situação, ele se sentou ao seu lado, e pegando em sua mão lhe<br />

falou:<br />

– Eu sinto muito por tudo o que acabou de contar, quando lhe ofereci ajuda, em nenhum momento<br />

passou pela minha cabeça, em tirar alguma vantagem, ou de me aproveitar de você, tudo que fiz foi por<br />

um impulso, na verdade, também por algo que a Dirce havia me dito, em uma conversa nas vésperas do<br />

natal, mas isso é uma outra história, e que não vem agora ao caso.<br />

– Mas todos sempre querem alguma coisa em troca!<br />

– Tem toda a razão, o ser humano sempre faz algo esperando por outra, mas pode se desarmar, porque<br />

este não é o meu caso, neste momento só quero mesmo a sua amizade, e sua total recuperação, por isso<br />

lhe peço que aceite a minha ajuda.<br />

Ela jogou o corpo para traz, passando a ficar deitada na cama, e olhando fixamente para o teto, ficou<br />

refletindo sobre as palavras do novo amigo, ele também se deitou ao seu lado, pegou novamente em sua<br />

mão, e ficou aguardando a moça falar algo.<br />

Pela demora, pois o patrão já havia entrado no quarto, a cerca de mais ou menos meia hora, Dirce muito<br />

preocupada, subiu e tentou escutar atrás da porta, mas como não ouviu nada, voltou para a cozinha<br />

pensativa, ficando tudo por conta de sua imaginação, o que supostamente, poderia estaria acontecendo lá<br />

dentro com os dois, mas logo após isso, a moça resolveu falar.<br />

42

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!