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<strong>Caminhos</strong><br />
– Por isso o doutor Estevam me falou que suspeitava, que eu já havia feito algum tipo de hipnose, será<br />
que isto tem a ver com meu problema de memória?<br />
– Muito provável que sim, porque os exames mostraram que seu acidente, não afetou nenhuma parte do<br />
seu cérebro, mas eu não tinha como ir despejando, tudo isso em cima de você de uma só vez, eu<br />
pretendia ir compartilhando aos poucos, todas as coisas que havia me falado, logo que nós nos<br />
conhecemos, e as outras ao qual acabei participando, mas o surgimento destas pessoas vasculhando a<br />
sua vida, atrás de informações do seu passado, me fez ter de acelerar as coisas.<br />
– Mas como isso funciona, e por qual motivo não me lembro de quase nada?<br />
– Isso de não se lembrar de nada, é também um mistério para mim, porque você decidiu fazer no<br />
Canadá, o que chamam de arquivamento da memória, e isso você resolveu fazer de dez em dez anos, o<br />
último foi em dois mil e doze, como era algo bem particular, eu não sei se nesta última vez, você decidiu<br />
arquivar somente o que não queria, ou reativar alguma lembrança do passado, mas pelo menos os últimos<br />
anos, eram para estarem presentes em sua memória.<br />
O empresário se sentou, andou de um lado para o outro, e questionou a sua atitude.<br />
– E porque já não me levou direto a esse especialista no Canadá, ele não poderia restaurar minhas<br />
lembranças, e resolver este problema de uma vez por todas?<br />
– Não é tão simples assim meu amigo, primeiramente porque o hipnólogo já é falecido, quando o<br />
conhecemos ele já tinha uma idade avançada, segundo porque não precisava dele para fazer isso, ele lhe<br />
ensinou uma técnica, ao qual através de um pêndulo em frente a um espelho, e o uso de uma palavrachave,<br />
podia fazer sozinho todo o processo de arquivamento, ou até mesmo restaurar memórias<br />
anteriores.<br />
– Então não percamos mais tempo, me ensine agora como fazer isso, e assim acabamos de vez com o<br />
problema!<br />
Caio balançou a cabeça, e tentou ser direto em nas suas palavras.<br />
– Como eu disse não é tão simples, por segurança você criou uma palavra-chave pessoal, sendo assim<br />
somente você sabe qual é, pode ser até que escreveu em algum lugar e guardou, mas sem esta palavra<br />
nada feito!<br />
– Por isso tem me levado as sessões, para ver se consigo me lembrar desta palavra, já que as<br />
lembranças estão parcialmente bloqueadas.<br />
– Perfeita a sua conclusão, agora consegue entender e enxergar tudo!<br />
– Eu penso que deve ser algo bem simples, fácil de ser lembrado ou visto.<br />
– Pode até ser que sim, bem agora já sabe de tudo, e que depende somente de você!<br />
Caio abraçou o amigo e se despediu, porque já havia marcado um compromisso, Nathan foi até seu<br />
quarto, abriu o cofre, e vasculhou tudo o que havia dentro, mas acabou sendo uma tentativa em vão, ele<br />
não encontrou vestígios da tal palavra, inclusive ficou por um certo tempo, segurando algo que brilhava<br />
muito, acreditando ser o seu suposto fragmento da fonte, mas mesmo assim nada surgiu em sua mente, e<br />
por fim se sentando em uma poltrona, demonstrou estar muito chateado e apreensivo, afinal se tudo isso<br />
era realmente verdade, se o que já havia vivido e presenciado todos estes anos, durante esta sua longa<br />
jornada pela vida, dependia simplesmente de uma mera palavra-chave.<br />
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