Livro Caminhos

Caminhos
• Capítulo 77 •
A tarde chegava ao seu fim, e Nathan aguardou que a banda encerrasse o ensaio, para poder conversar
com os garotos, claro que ele não precisou de apresentações, pois todos por ali sabiam quem era ele, e
fazendo questão de apertar a mão de cada um, fez a eles uma proposta interessante.
Os músicos ficaram totalmente surpreendidos, porque era algo que resolveria a questão dos ensaios,
porque de um lado, certamente diminuiria o barulho que incomodava alguns, e de outro, daria uma
oportunidade de verdade a eles, a proposta era de passarem a ensaiar no salão de festas, e fazerem a
abertura da reinauguração, e para isso liberaria uma verba por conta própria, para a compra de
instrumentos e novos equipamentos.
O síndico que acompanhava de perto o empresário, ficou satisfeitíssimo com a novidade, e ao final da
conversa, todos que ali estavam presentes a este ato, bateram palmas com muita vontade, reconhecendo
a atitude de seu benfeitor.
Raul se aproximou de Nathan, dando-lhe um forte aperto de mãos, e mais uma vez presenciava as suas
nobres atitudes, lembrando-se claramente do dia em que Gabriel, lhe disse que o amigo era uma pessoa
maravilhosa, mas ele nem de perto imaginava, do que ele ainda era capaz de fazer ao próximo, e com um
leve sorriso no rosto, ele foi acompanhado por muitos até o seu carro, e depois retornou para a mansão.
O tempo havia melhorado de fato, e a noite apresentava um clima agradável, porém os ânimos estavam
exaltados na favela, e perante a uma convocação às pressas de Otto, Militão e Situação compareceram ao
novo esconderijo, e apreensivos o questionaram, o primeiro foi Militão.
– Mandou nos chamar por qual motivo?
– Queria saber se topam me ajudar num servicinho.
Situação também quis participar da negociação.
– Depende do que se trata, e de quanto vai nos pagar!
– Que coisa, veja o que um tempo na cadeia, não faz com o caráter das pessoas, antes era chefinho pra
cá, chefinho pra lá, agora parecem bandidos de verdade, melhor assim, mas vamos ao que nos interessa,
preciso que me ajudem a entrar novamente na mansão do ricaço.
– Tem mais coisas para roubar lá?
– Desta vez o serviço é outro, quero que me ajudem a pegar a professora!
– Fala da gente entrar lá, e sequestrar a mulher?
– Isso mesmo, e estou disposto a pagar cinco mil para cada um, mas logicamente se aceitarem a minha
proposta, pois sei que se trata de uma ação perigosa.
– Tem certeza que os moradores voltaram para lá?
– Certeza absoluta, todo este tempo mantive plantado do lado de fora, um comparsa que trabalha para
mim agora, e ontem ele me informou, que os viu retornarem para a mansão, parece que ele pegou
amizade com um dos seguranças, e ele confirmou que os moradores deixaram o hotel, porque tinham
prendido os sequestradores, e que a Letícia havia sido encontrada.
– O senhor gosta mesmo dela, não é mesmo?
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