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<strong>Caminhos</strong><br />
seu quarto, a hora que bem lhe entendesse, havia um jardim cheio de flores para passeios, e também uma<br />
grande horta, onde os internos plantavam e colhiam as próprias verduras, que eram consumidas nas<br />
refeições diárias, mas a parte que ela havia mais gostado era a biblioteca, onde passava a maior parte do<br />
tempo entre as medicações, palestras, e as refeições diárias, Dirce que já havia feito uma visita, foi<br />
questionada pelo patrão a respeito.<br />
– Então o que achou, ela está se sentindo bem, teve uma boa aceitação do lugar?<br />
– Eu acredito que ainda é muito cedo, para tirar qualquer tipo de conclusão, mas eu achei ela bem<br />
animada, e os ferimentos também melhoraram muito, ela só está com algumas manchas roxas no rosto, e<br />
algumas espalhadas pelo corpo, mas de resto me parece tudo certo.<br />
– Muito bom, fico satisfeito em poder estar ajudando ela, principalmente a se erguer e recomeçar uma<br />
nova vida!<br />
– Doutor, para mim o senhor não precisa esconder, o senhor tem uma quedinha por ela né?<br />
– Nada disso, meu interesse é apenas em ajudar, aliás você não tinha que buscar umas coisas no<br />
supermercado?<br />
Ela saiu dali rindo da atitude dele, certamente havia se interessado pela moça, mas ele ainda não tinha<br />
coragem de admitir o fato.<br />
Na mansão, mãe e filho conversavam particularmente no quarto, ela falava das suas expectativas para<br />
as novas situações, que deveriam surgir na vida deles com o afastamento do marido, e Gabriel apesar de<br />
sentir muito a falta do pai, estava muito satisfeito com a moradia temporária, a pedido de Nathan, Caio<br />
havia comprado brinquedos e um vídeo game, sem falar das muitas roupas e calçados novos, que Letícia<br />
havia presenteado, eles faziam de tudo para tornar toda esta situação, um pouco mais agradável<br />
e suportável, mas Iris estava bem chateada.<br />
– Eu queria tanto que as coisas fossem diferentes, mas seu pai nunca me escutou, e agora temos que<br />
tomar nosso rumo na vida.<br />
– Sinto falta do pai, ele era bravo mas brincava comigo, comprava coisas que eu precisava, ele podia<br />
ficar bonzinho!<br />
Ela não aguentou, e disfarçando as lagrimas em seu rosto, abraçou o menino que também começou a<br />
chorar, e foi confortando ele com o carinho, que somente uma mãe pode dar.<br />
Caio, Nathan e Letícia haviam chegado, a pedido do amigo, eles entraram discretamente pelos fundos,<br />
onde os levou até um determinado local, onde havia uma porta de ferro blindada, e pedindo que ali o<br />
aguardasse, foi até o seu quarto para pegar uma chave, e voltou disposto a revelar todo este mistério.<br />
Após abrir a porta, eles desceram por uma escada dupla, e Caio sempre seguindo na frente, acendeu as<br />
luzes e revelou um extenso porão, onde haviam vasos antigos, pinturas abstratas, prateleiras e cristaleiras<br />
com dezenas de objetos, e bem ao fundo em cima de uma mesa, havia um pequeno baú trancado com<br />
cadeado, certamente algo de muito importância e de valor, se encontrava dentro dele.<br />
Letícia e Nathan curiosos, acompanharam o amigo até o fundo do porão, onde ele pegou o baú<br />
segurando com as duas mãos, e começou logo a dar uma explicação plausível, sobre o motivo de os levar<br />
a esse lugar secreto.<br />
– Vou tentar contar a vocês, em partes e aos poucos, uma história sobre este misterioso passado, e tudo<br />
que eu sei e vou falar, foi me contado pelo próprio Nathan, quando nos conhecemos anos atrás, onde<br />
primeiramente precisam saber, que neste momento todos nós corremos um grande risco.<br />
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