Livro Caminhos

Caminhos
• Capítulo 44 •
Os dois que haviam sidos sequestrados, estavam há mais de um dia sem água e comida, isto fazia parte
de uma tática dos bandidos, para que eles ficassem fracos e desnorteados, mas pela primeira vez depois
de muito tempo, eles ficaram sozinhos e isolados, sem ninguém que os observasse ou torturasse, e Caio
que estava bastante ferido, aproveitou e falou com Letícia:
– Aguente firme, daqui a pouco eles voltam para nos alimentar, e também para nos deixar ir ao banheiro.
– Eu não aguento mais tudo isso, meu corpo está todo dolorido e muito fraco, não sei se vou aguentar!
– São poucas as oportunidades que temos para conversar, por isso eu vou tentar lhe contar algumas
coisas, preciso que saiba de toda a verdade!
– Me desculpe por ser tão egoísta, você está aí todo machucado, e cheio de sangue pelo corpo todo, e
não reclamou em nenhum momento.
– Isto não tem importância agora, não se preocupe comigo está bem?
– Está certo, diga o que tem para me falar.
– Peço que me perdoe, é por minha culpa que todas estas coisas estão acontecendo.
– O que você tem a ver com este sequestro?
Caio olhou para o chão, respirou fundo por duas vezes, e se abriu com ela:
– Tudo começou a seis anos atrás, quando eu conheci o Nathan num voo comercial, com destino a
Toronto no Canadá, e durante esta longa viagem, acabamos conversando sobre muitos assuntos,
principalmente sobre os nossos trabalhos, e descobrimos que tínhamos algumas afinidades, inclusive ao
mencionar, que eu trabalhava por conta própria, no ramo de venda e compra de imóveis, surgiu um
convite da parte dele, e para isso marcamos de se encontrar em um jantar, no dia seguinte a nossa
chegada.
– Eu acreditava que se conheciam há mais tempo!
– É onde começam as minhas mentiras, a maior parte das coisas que sabe a meu respeito, foram
inventadas, isso para cobrir a minha verdadeira personalidade, é por isso que preciso contar tudo a você.
– Vou tentar ficar acordada, pois estou tonta e muito fraca.
– Por favor, aguente firme... Como eu estava lhe dizendo, no dia seguinte a nossa chegada, fui ao seu
encontro em um restaurante, e lá ele me contou um pouco sobre suas empresas, e que precisava de
alguém com bagagem internacional, para uma grande transação ali mesmo no Canadá, onde pretendiam
construir uma vila olímpica, para os jogos de inverno do ano seguinte, e assim surgiu a sociedade neste
ramo de empresas, ele entrou com o capital, e eu com o trabalho.
– E onde entra a parte ruim desta história?
– Tudo foi muito bem, nós dois crescemos e ganhamos muito dinheiro, e conseguimos concluir o projeto
e suas obras, rigorosamente dentro dos prazos iniciais, e tivemos presentes a grande festa de abertura, e
após o seu encerramento, decidimos comemorar num destes bares populares, onde todos costumavam se
reunir para beber, após os jogos de hóquei no gelo, devo continuar?
– Creio que possa aguentar mais um pouco!
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