Livro Caminhos

Caminhos
Caio havia ficado a tarde toda no velório, e deu todo o apoio que foi necessário, mas depois precisou se
ausentar, por causa de um compromisso já marcado anteriormente, Letícia que não estava se sentindo
bem, pediu para que Nathan a levasse embora, e faltando cerca de uma hora para o enterro, acharam que
era o momento de deixar apenas os familiares, e todos os amigos da comunidade, se despedirem do
rapaz.
Quando entravam no carro, eles avistaram Gabriel e sua mãe, carregando sacolas e uma pequena mala,
eles pareciam estar deixando o local, Letícia vendo esta cena o chamou, e pediu para que esperassem por
ela, Moreira tocou o carro por alguns metros, até onde os dois se encontravam, a professora queria saber
o que estava acontecendo.
– Iris, onde você vai com o Gabriel, vão embora daqui?
– Sei que está parecendo covardia de minha parte, mas não aguento mais viver desta maneira!
– Não vou lhe pedir para me dizer o motivo real, para ter chegado ao ponto de tomar esta atitude
drástica, mas eu tenho que perguntar, tem certeza que vai ser o melhor para vocês?
– Absoluta, qualquer lugar é melhor que aqui no momento, quero sair do meio de toda esta sujeira.
– Bem, se você acredita que é a coisa certa a fazer, tem todo o meu apoio, vocês estão indo para onde
afinal, tem onde ficar?
– Na verdade, tenho uma tia que mora em Santo André, mas não consegui falar no celular dela, estou
indo meio que na sorte, como eu lhe disse antes, preciso sair logo daqui.
Nathan que havia se aproximado, acabou ouvindo toda conversa, e de imediato chamou o seu motorista,
para carregar os seus pertences, não poderia permitir de forma alguma, que eles saíssem dali sem destino
certo, e a mercê de sua própria sorte, e tratou logo de comunicar a sua decisão.
– Não se preocupem com nada, vocês vão conosco para casa!
Gabriel saiu correndo em sua direção, e abraçou aquele que tinha por um grande amigo, Iris voltou a
chorar, mas desta veze emocionada, pelo motivo da ajuda que recebiam, neste momento tão difícil de
suas vidas, Letícia vendo todo o desfecho, também não resistiu e chorou muito, e assim todos foram para
a mansão.
Na hora marcada, o cortejo fúnebre saiu em direção do Cemitério, alguns amigos do rapaz, fizeram
questão de carregar o caixão, sendo que os familiares foram logo atrás, e todos acompanharam em
silêncio, e com uma profunda tristeza, a despedida de Nicolas, mais um jovem que perdia a vida, por
causa do envolvimento com as drogas.
Era a última semana do ano, a noite no antiquário, pai e filha conversavam muito sobre planos, e os
projetos para o futuro, eles estavam muito empolgados, por estarem prestes a tentar desvendar, o
misterioso e antigo histórico, do cavalheiro e sua relíquia, e ansiosa como sempre, Marina tentava o
convencer.
– Pai, estou pensando em procurar pelo número do telefone, e me antecipar ligando para ele.
– Não acha um pouco precipitado, de repente pode até estragar tudo, o ideal é que ele mesmo nos
procure, para não levantar nenhum tipo de suspeita.
– Eu sei disso, mas também não podemos deixar esfriar muito, ele deve ser um homem muito ocupado,
pode ser que daqui a pouco se esqueça, e aí ficará mais difícil a aproximação, temos que aproveitar este
seu interesse, em nos mostrar a peças para catalogar.
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