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Livro Caminhos

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<strong>Caminhos</strong><br />

• Capítulo 16 •<br />

A noite já estava chegando, na favela as luzes começavam a se acender, quando Raul discretamente<br />

caminhava até o esconderijo, depois de alguns dias afastado, e mantendo pouco contado com seus<br />

capangas, decidiu vir pessoalmente, e verificar como estavam os negócios, mas para sua surpresa ele foi<br />

barrado nas proximidades do local, por Militão um de seus supostos comandados.<br />

– Chefe, quer dizer ex-chefe, você não tem mais permissão para entrar aqui!<br />

– O que, você enlouqueceu?<br />

Situação que estava ao lado, reforçou o bloqueio feia a ele.<br />

– Sabe, é que o chefinho, ou melhor agora é o chefão, nos deu a ordem de não te deixar mais, circular<br />

aqui pelo nosso território, ele disse que o senhor está fora dos negócios, e que agora é ele que manda<br />

aqui no pedaço.<br />

Raul ficou furioso, a ponto de dar socos em vão no ar, e olhando com os dentes serrados para eles,<br />

revidou.<br />

– Uma traição, eu não deveria ter confiado tanto no Otto, e vocês dois imprestáveis também fazem parte<br />

disto?<br />

– Foi sempre ele quem pagou nosso salário, que nos dava todas as ordens, e nos deu um aumento bom,<br />

coisa que você nunca fez, né Situação!<br />

– Já entendi tudo, a morte do garoto, a culpa em cima de mim, o meu afastamento e da minha família, foi<br />

tudo uma armação desde o início, tudo planejado.<br />

– Eu e o Militão não temos nada a ver com isso, seguimos tudinho as ordens dele!<br />

– Já entendi tudo, não vou mais perder tempo com vocês dois, mas isso não vai ficar assim, não perdem<br />

por esperar!<br />

Ele ficou furioso, começou a andar de um lado para o outro, depois virou as costas e foi direto para sua<br />

casa, chegando lá constatou que estava toda saqueada e revirada, e o pouco que sobrou não servia nem<br />

para o lixo, sem forças por estar vendo tudo ruir ao seu redor, se sentou no chão de sua cozinha, tendo<br />

em seu olhar coberto em lágrimas, misturadas entre a tristeza e o todo o seu ódio, viu que de uma hora<br />

para outra, ele havia perdido praticamente tudo, a família, os negócios, e aqueles a quem mais confiava,<br />

criou forças e se levantou, recolheu um porta retrato quebrado do chão, e foi embora para um outro<br />

esconderijo.<br />

No antiquário, Duarte que já havia encerrado o expediente, subiu as escadas que davam acesso a casa,<br />

e viu que Marina havia dormido no sofá, sendo assim, resolveu deixa-la descansar mais um pouco, mas<br />

aproveitando que a filha cochilava, pegou a sua agenda, e começou a ler as anotações que ela havia feito,<br />

a respeito das peças e objetos de arte da mansão, e percebendo que ela destacava uma das obra dentre<br />

as outras, ele retornou para a parte de baixo, e fez uma ligação misteriosa ao seu contratante.<br />

– Sou eu, está podendo falar?<br />

– Seja breve.<br />

– Sobre a visita de minha filha hoje, creio que ele seja a pessoa que procuramos!<br />

– Tem certeza disso, o que descobriu?<br />

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