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Livro Caminhos

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<strong>Caminhos</strong><br />

Ele mostrou as salas da escolinha, a do descanso, e da merenda, deixando por último a quadra de<br />

esportes, onde pegou uma bola de futebol, e jogou nos pés de Nathan, lhe dizendo que todos os sábados,<br />

ele batia uma bola com eles, e após trocarem alguns passes e chutes, retornaram até a sala de descanso,<br />

onde dois se sentaram para conversar, e ele ouviu atentamente o garoto.<br />

– Todos inclusive eu, somos muito pobres, antes eram só as professoras Dulce e Letícia, e não tínhamos<br />

quase nada, aí um dia você apareceu aqui no bairro, veio num super carrão de luxo, e trouxe muitas<br />

cestas de alimentos, e você mesmo desceu e começou a distribuir, assim foi conhecendo todas<br />

as pessoas daqui, inclusive a tia Letícia, que é agora a sua namorada.<br />

– Continua, fale tudo o que sabe!<br />

– Depois deste dia, você continuou a vir aqui toda semana, e sempre aos sábados, soube de um projeto<br />

antigo dos moradores, em construir uma escolinha para crianças e adolescentes, e imediatamente<br />

começou o projeto da Ong, mas tem a parte ruim da história...<br />

Quando Gabriel se preparava para contar o restante, sua mãe o chamou lá de fora, porque já<br />

havia passado a hora de voltar para casa, e ao se despedir do amigo que retornava, o olhou com ares de<br />

esperança, e de grande felicidade por sua volta.<br />

Dulce que era uma das professoras, e voluntária permanente da entidade, estava no aguardo de Nathan,<br />

que terminava de olhar todo o local, ele estava à procura de algum detalhe, que o fizesse se lembrar<br />

daquele lugar, mas percebendo o olhar de cansaço da moça, lhe pediu desculpas pelo incomodo, e<br />

quando já se preparava para se retirar, resolveu perguntar sobre Letícia:<br />

– O seu nome é Dulce certo, mais uma vez me perdoe por lhe importunar, mas com já deve ter<br />

percebido, não me lembro de nada a seu respeito, mas eu precisava muito saber como e onde, posso<br />

encontrar a Letícia.<br />

– Tudo bem não precisa se desculpar, eu sei tudo sobre o acidente, mas faltou um lugar para o senhor<br />

conhecer!<br />

Ela o levou calmamente até os fundos, onde havia uma pequena sala, que funcionava como escritório da<br />

Ong, e apontando para um armário no canto esquerdo, disse que todos os registros das crianças, dos<br />

voluntários, e dos professores, estavam lá em um fichário, Nathan a agradeceu, viu o que precisava ser<br />

visto, e saiu da propriedade voltando para o carro, enquanto isso Dulce trancou o lugar.<br />

Lá do alto da favela, Otto e seus dois comparsas, observam todos os passos dados nos arredores,<br />

inclusive na entrada daquela extensa área, e não deixaram de perceber a visita de Nathan, porém pela<br />

cara que ambos fizeram, a sua vinda e o retorno ao local, não foi aprovado pelos bandidos, e Situação fez<br />

um comentário para Otto:<br />

– Chefinho olha o cara de novo, ele não tinha batido as botas?<br />

– Achei que estava livre deste aí, mas vou preparar uma lição para ele, não perde por esperar!<br />

Militão que estava ao lado deles, não deixou de participar do assunto.<br />

– Não sabia que o chefinho era professor não, eu até que preciso aprender algumas lições, o senhor me<br />

ensina também?<br />

– Sabe de uma coisa, não vou nem perder meu tempo com vocês dois, pela miséria que ganham vou<br />

deixar quieto, e assim que tiver uma oportunidade, vou falar diretamente com o Raul, para tomar as<br />

devidas providencias!<br />

Como sempre, eles entediam tudo ao contrário, e Situação comentou a última frase de Otto:

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