Livro Caminhos

Caminhos
• Capítulo 26 •
Aquela foi uma longa madrugada, e primeiramente iniciamos o novo dia que surgiu, apresentando novos
personagens de nossa trama, onde mostraremos um pouco da vivência de cada um, seus sonhos, suas
tristezas, suas lutas, e suas alegrias, mesmo que se limitem as coisas mais simples da vida.
Esta parte de nossa história, se passará em um pequeno condomínio, na zona norte da grande São
Paulo, e seus moradores, que são pessoas de baixa renda, e que lutam no dia a dia para sobreviverem, a
falta de dinheiro e de recursos básicos, que impossibilitam a melhora da qualidade de vida, isso sem falar,
dos atrasos constantes com o pagamento de aluguel dos imóveis, por este motivo logo bem de manhã,
uma reunião foi convocada pelo Sindico Xavier.
– Peço silêncio a todos, e que cada um se acomode no recinto, para iniciarmos a nossa reunião!
Dona Angelina é uma senhora idosa e simpática, que procura sempre que pode, acompanhar a vida de
todas as pessoas por ali, na maioria das vezes ela até os aconselha, e acaba exagerando em dar palpite,
com isso ganhou o apelido de fofoqueira, e ela foi a primeira a comentar:
– Lá vem mais uma bomba Regina!
– Não fale assim, a senhora está sempre pessimista com as coisas, quem sabe pode ser uma notícia
boa!
– Não sou pessimista, sou realista, agora você pelo contrário, é que vive em um mundo fora
da realidade, a vida é muito dura e um dia você vai enxergar, o que eu vejo hoje nas pessoas, basta olhar
bem dentro dos olhos de cada um!
– Credo dona Angelina, os meninos daqui já brincam a toda hora, dizendo que a senhora faz coisas
estranhas em seu apartamento, e dizem até que faz alguns pequenos feitiços, relacionados a vida afetiva
das pessoas, e a senhora ainda fala coisas deste tipo para mim, vou acabar acreditando nestas bobagens!
– Podem falar o quanto quiserem, eu sei que a maioria daqui me chama de bruxa pelas costas, mas eu
não ligo para o que dizem, porque tenho apenas alguns pequenos dons, que as vezes utilizo para ganhar
algum trocado, como ler as cartas por exemplo, é somente para ajudar nas contas no final do mês, mas
você no que acredita?
– Sabe que não acredito nestas coisas, agora vamos ouvir o que o sindico tem a falar, e descobrir do
que se trata afinal.
Regina era uma viúva muito nova, pois seu marido havia morrido em um acidente trágico, e desde então
lutava também para sobreviver, com uma pequena pensão recebida, e através de encomendas de enfeite
de festas, ao qual era muito conhecida nesta região, e neste momento todos fizeram silêncio total, para
ouvir o pronunciamento de Xavier.
– Como todos estão cansados de saber, este condomínio pertence a uma empresa privada, e que nos
estão pressionando muito, por causo dos atrasos abusivos da maioria dos inquilinos, e já falam até
em despejo de moradores, principalmente daqueles que estão há mais de três meses, em atraso com
todas as suas obrigações, isso inclui água, força e a vigilância!
Outra que não deixava de dar o seu pitaco, era a dona de casa Tamares, que ao lado de seu esposo
Juliano, falou bem alto para todos ouvirem:
– Ora essa, o mês passado três casas foram assaltadas aqui, que vigilância é essa afinal de contas, ao
qual temos de pagar todo mês?
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