Livro Caminhos

Caminhos
• Capítulo 71 •
Passado algum tempo, o empresário se levantou e caminhou até a porta, e ao abri-la, se deparou com a
secretária da clínica, que já se encaminhava para o quarto de repouso, justamente para ver como ele
estava.
– O senhor já acordou, por favor, retorne para o leito, que vou chamar o doutor, somente ele poderá
libera-lo!
– Claro, tem toda a razão, acho que ainda estou um pouco em choque, e acabei agindo por impulso, vou
aguarda-lo lá dentro, obrigado!
Ela aguardou que Estevam terminasse uma ligação, e o comunicou sobre o despertar do paciente, e
assim que reuniu suas coisas de trabalho, como seu caderno de anotações, estetoscópio, e medidor de
pressão arterial, se encaminhou rapidamente até lá.
– Então meu rapaz, como está se sentindo?
– Como se estivesse com uma grande ressaca, mas ao mesmo tempo plenamente lúcido.
– Quanto aos sintomas que sente agora, é devido a medicação que lhe ministrei, e é normal se sentir
assim, a sua pressão permanece estável, os batimentos cardíacos também, e quanto as suas memórias,
acredita que conseguiu recupera-las?
– Tenho a certeza absoluta que sim!
– Quer falar a respeito, ou prefere assimilar as informações, colocar as ideias em ordem, para depois
passar as impressões?
– Sei que este meu caso, é diferente de todas as terapias e processos, ao qual já vivenciou em seu
trabalho, e deve estar muito ansioso para colher resultados, mas penso que preciso de algum tempo, e
prometo que volto para esclarecermos tudo!
– Peço-lhe minhas sinceras desculpas, se em algum momento deixei isto transparecer, e tem toda
razão, seu caso é indiscutivelmente muito complexo.
– Eu entendo perfeitamente, e agradeço por sempre me dar uma atenção especial, sou muito grato por
toda a sua ajuda, mas agora eu quero voltar para o hotel, amanhã tenho uma viagem marcada, e preciso
me preparar muito bem, porque é algo muito importante.
– O motorista já lhe aguarda lá embaixo, eu lhe acompanho até a porta de entrada.
Após se despedirem com um abraço, ele entrou no carro da empresa, e voltou para o seu quarto no
hotel, e sabendo que Iris, Raul, Gabriel e Elvira, aguardavam notícias de sua ida ao médico, procurou
chegar discretamente, indo diretamente para uma ducha, e depois ficou refletindo e se organizando,
perante todas as lembranças recuperadas, que eram demasiadamente muito antigas.
Era uma noite fria na capital paulista, onde a sensação térmica era de quinze graus, e do outro lado da
cidade, enquanto aguardavam a chegada de Arthur, que havia se deslocado da firma até um cliente, Dirce
e Elisa papeavam na cozinha, enquanto preparavam o jantar.
– O patrão está demorando, deve ser mais um daqueles casos complicados!
– E é mesmo, hoje a tarde enquanto eu separava as pastas, ele me explicou alguns detalhes deste
cliente, mas como sempre ele estava muito seguro de si, e certamente vai conseguir resolver tudo.
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