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Livro Caminhos

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<strong>Caminhos</strong><br />

Ele aceitou as desculpas, e passaram a conversar sobre a grande festa, que aconteceria logo mais a<br />

noite, Caio explicou como funcionava o evento, falando sobre todos os detalhes, inclusive de que cada<br />

convidado, poderia levar um acompanhante, com exceção aos dois sócios majoritários da empresa, que<br />

poderiam levar quantos quisessem.<br />

Assim que terminaram o café, cada um saiu para um lado diferente, Nathan havia combinado com<br />

Letícia de ir até a Favela, e juntos entregarem os presentes das crianças da Ong, juntamente as demais<br />

que também comparecessem por lá, já Caio iria cuidar dos últimos preparativos da festa, e confirmar a<br />

presença de todos os convidados.<br />

Como nos últimos dois anos, a maioria das mães e pais da comunidade, levavam as crianças até a Ong,<br />

para receberem esta lembrança carinhosa, e para retirarem a cesta de natal, que também eram<br />

distribuídas por eles, Raul e seu bando suspendiam suas ações neste dia, era como um tipo de regra, e<br />

não colocavam nenhum obstáculo, isso para não gerar conflitos com os moradores, mas já que se tratava<br />

de uma área de risco, para o caso de algum eventual tumulto, havia alguns seguranças particulares.<br />

Mesmo estando muito contrariados, Todos os membros do bando, que não aprovavam de forma alguma,<br />

toda a popularidade que Nathan e Letícia conquistavam, ficaram observando todo o movimento de longe,<br />

sem tomar nenhuma ação contra o evento.<br />

Em outra parte da capital paulista, Arthur, que havia passado a noite em claro na clínica, aguardava o<br />

médico para ter notícias, sobre a primeira avaliação do estado de saúde de Elisa, que havia chegado na<br />

noite anterior, desmaiada e com diversos ferimentos.<br />

O Advogado falava ao telefone com sua empregada Dirce, pedindo para que ela se tranquilizasse, pois<br />

ele não havia dado nenhuma notícia, desde o acontecimento no dia anterior, foi neste momento que<br />

Olivares, seu amigo, médico e dono da clínica, veio até a sala de espera para conversar, o advogado<br />

rapidamente o cercou.<br />

– Então como a moça está?<br />

– A paciente passa bem, fizemos todos os exames necessários, e não encontramos nenhum tipo de<br />

ferimento interno, e nenhuma fratura pelo corpo, somente mesmo os machucados externos,<br />

principalmente no que diz respeito ao rosto, porque ela parece ter recebido socos e pontapés, e há<br />

também um agravante, os exames de sangue realizados, apontaram que ela estava totalmente drogada,<br />

mas agora está sob medicação e repousando, e se o quadro dela não se alterar, pode ser que a tarde já<br />

receba alta, podendo retornar para casa.<br />

No dia anterior, Arthur já havia explicado ao médico, os motivos de não tê-la levado para um hospital<br />

público, também garantiu todas as despesas do internamento, inclusive remédios e cuidados médicos,<br />

deixando um cheque assinado em branco, assim ele já imaginava que havia feito a sua parte, e<br />

juntamente a sua boa ação de natal, por isso se despediu de todos, agradeceu, e foi até o seu carro, mas<br />

ao dar a partida, pensou mais um vez na situação da moça, chegando a ficar com muitas dúvidas sobre o<br />

ocorrido, afinal qual seria o motivo em questão, porque teria levado uma surra daquelas, o que levaria ela<br />

não querer a polícia envolvida, teria uma família para ampara-la em sua recuperação, teria uma casa para<br />

voltar?<br />

Ficou ali parado no estacionamento da clínica, por cerca de dez minutos, até que resolveu entrar de<br />

volta no prédio, pedindo a permissão de sua entrada no quarto, ele se dirigiu até a porta, e percebendo<br />

que ela estava acordada, entrou e a cumprimentou.<br />

– Oi moça, se sente melhor hoje?<br />

– Um pouco, não sei dizer ao certo, mas quem é você mesmo?<br />

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