Livro Caminhos

Caminhos
• Capítulo 3 •
No antiquário do colecionador e pesquisador Duarte, sua filha Marina estava no depósito de
antiguidades, listando alguns documentos e fotos antigas, quando ela derrubou por acidente no chão, uma
das caixas que haviam sido enviadas ao pai, e após olhar a etiqueta, se certificando que não havia o nome
do destinatário, viu que se travava de mais um acervo, dentre os que já haviam chegado, fazendo parte
dos mistérios do pai.
Chegou a coloca-la de volta no seu lugar de origem, pois Duarte era muito metódico, e gostava das
coisas nos seus devidos lugares, mas uma grande curiosidade brotou dentro dela, e não resistindo desceu
novamente a caixa, a limpou, e com todo cuidado tirou o lacre e a abriu.
Começou a olhar minunciosamente todos os documentos, e algumas fotos de quadros e relíquias
antigas, foi quando duas destas fotos trouxeram à tona, aquele singelo olhar de descoberta, que ela
sempre trazia nos olhos, quando se deparava com algo de muita importância, sendo que em uma delas,
trazia a foto de uma espada muito antiga, e a outra foto de um quadro artístico, com a retratação de alguns
cavalheiros, e um tipo de castelo ao fundo.
Após algum tempo os observando, decidiu leva-las até a presença do pai, com a séria intenção de
questiona-lo, sobre todos estes acervos enviados, que haviam de cair praticamente em suas mãos.
– Pai, estava arrumando umas prateleiras do estúdio, e encontrei por acaso esta caixa, com fotos e
documentos muito antigos, e pelo meu criterioso conhecimento, deve pertencer aproximadamente entre o
século 14 e 15.
– Sim filha, como sempre é muito precisa com a idade das antiguidades, este lote veio junto com uma
coleção, que arrematamos há uns dez anos atrás, vieram diretamente do museu nacional do País de
Gales, alguns conseguimos negociar e vender, e outros ficaram arquivados, para quem sabe um dia
destes, haja alguém interessado que os queira comprar.
Ela sabia que ele estava mentindo, mas já estava mais do que acostumada, com alguns negócios que
ele realizava, por diversas vezes bem secretamente, isso para não a envolver mais do que o necessário,
assim ela disfarçou, e continuou com as perguntas.
– Uma das fotos é de uma espada, e a outra de alguns cavalheiros, que parecem pertencer a algum tipo
de ordem.
– Acertou novamente, veja que a fotos foram tiradas de quadros antigos, pintados por algum artista da
época, e estas obras parecem ter sido feitas, após alguma grande batalha, ou algum tipo de ação dos
cavalheiros, veja que alguns estão com as armaduras avariadas, talvez pelo tipo de combate, ou confronto
que tiveram.
Ela balançou a cabeça concordando com a opinião, e colocando os óculos observou mais detalhes.
– Quem as pintou, teve o cuidado de descrever todos os detalhes da cena, veja como os rostos dos três
homens, são quase que perfeitos, eu poderia ficar por um tempo com a caixa, para poder estudar com
mais detalhes, prometo devolver em perfeito estado, cada um ao seu local de origem!
– Exatamente minha filha, mas faça isso com todo o cuidado de sempre, pois são documentos muito
importantes, e não podemos danifica-los de forma alguma!
Ela sorriu, deu um longo abraço no pai, e foi em direção ao pequeno escritório, começando a procura de
informações pela internet, e também nos documentos anexos as fotos, a moça adorava investigar fatos
antigos.
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