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<strong>Caminhos</strong><br />
• Capítulo 38 •<br />
Enquanto isso no hospital, Marina recebia uma ótima notícia do médico, seu pai estava totalmente fora<br />
de perigo, e que brevemente sairia da UTI, sendo colocado em seu quarto, onde respectivamente poderia<br />
receber visitas, desde que estas sejam previamente autorizadas, já que ele estava sob a proteção da<br />
polícia federal, desde o dia de sua internação.<br />
Mais do que depressa, ela ligou para todos os seus parentes e amigos, comunicando-lhes a melhora de<br />
Duarte, não se esquecendo das duas pessoas mais responsáveis, por tudo isso de bom que acontecia,<br />
que era Murilo, por realizar todos os procedimentos de internação, e o empresário Nathan, que<br />
disponibilizou os recursos financeiros necessários, para que tudo se realizasse com muito sucesso.<br />
Na polícia, o delegado havia feito uma pequena pausa, para que os suspeitos pudessem dialogar com<br />
seus advogados, porém em vão um deles, mais precisamente o magistrado de Militão e Situação, tentou<br />
anular a sequência da acareação, alegando não ter sido informado a tempo, para revisar e preparar as<br />
suas defesas, sobre estas novas provas apresentadas.<br />
Doutor Siqueira, que já comandava este pleito com muita seriedade, e uma extrema autoridade<br />
exemplar, se recusou ao pedido realizado por ele, e seguiu com este longo interrogatório, onde o reiniciou,<br />
comentando sobre a primeira prova, a caderneta vermelha.<br />
– Algum de vocês reconhece este objeto?<br />
Ninguém abriu a boca, ambos sabiam a quem pertencia a prova apresentada, mas como todos tinham o<br />
rabo preso, certamente por causa do envolvimento no narcotráfico, ficaram temerosos com as<br />
supostas anotações, que poderiam revelar seus negócios e segredos, e o delegado voltou a argumentar:<br />
– Como eu imaginava, ninguém quer dar o primeiro passo, neste caso vou ler somente um trecho, ao<br />
qual se refere especificamente a esta investigação, pois a maioria das anotações são coisas sem sentido,<br />
consideradas sem nenhuma importância, alguém deseja se pronunciar?<br />
– Se o que está escrito pode ajudar a investigação, somos a favor da leitura!<br />
Vendo que estava num beco se saída, Situação acabou abrindo o bico, e falou para que todos ouvissem:<br />
– Esta caderneta é minha, eu anoto aí as coisas para eu aprender, e algumas coisas de dinheiro, junto<br />
com as continhas que tenho para acertar!<br />
– Muito bem senhor Valdomiro, vulgo Situação como é chamado, concordo com tudo o que comentou,<br />
mas com eu disse a pouco, há um trecho escrito muito importante, que vai mudar completamente o rumo<br />
das coisas, vou pedir para o investigador Fernandes, ler esta descrição a todos os presentes.<br />
– Bom, eu vou fazer o possível para tentar manter o texto original, porque algumas palavras estão com a<br />
sua escrita prejudicada, devido a diversos erros de português, e neste caso, vou procurar substitui-las por<br />
alguma similar!<br />
– Está comunicado, pode prosseguir.<br />
"Esta noite eu e Militão ganhamos um dinheirinho fácil, só por causa de ter trazido o moleque para o<br />
nosso chefinho, foi até bom porque não tivemos de bater nele, como nosso chefão tinha mandado,<br />
amanhã vou pagar o Valdir e comer uma carninha".<br />
Houve um silencio da parte dos dois ex-capangas, porém houve uma moderada comemoração por parte<br />
de Raul, que foi contida imediatamente por Arthur, sendo que estas poucas palavras, o inocentava<br />
totalmente de ter cometido o crime, e aliviava em parte também Situação e Militão, deixando o problema<br />
todo para Otto, que passava a ser o principal suspeito do assassinato.<br />
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