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Lon<strong>dr</strong>es, ao passo que o Dr. Pawan era bioquímico pesquisador-chefe da unidade médica desse hospital.<br />

O grupo de especialistas nomeado pela AMA não poderia desconhecer a pesquisa de ambos ou a sua<br />

enorme importância. (Eles, de fato, reconheceram que leram um dos trabalhos de Kekwick/Pawan.)<br />

A saga de Kekwick e Pawan começou em princípios da década de 1950, quando ficaram<br />

impressionados com numerosos estudos sugerindo que <strong>dieta</strong>s de composição diferente acarretavam taxas<br />

diferentes de perda de peso. Ambos haviam lido os interessantes estudos clínicos do Dr. Alfred W.<br />

Pennington sobre empregados da Dupont Corporation, bem como trabalhos alemães e escandinavos,<br />

mencionando o sucesso obtido com a restrição de carboi<strong>dr</strong>atos. Em vista disso, realizaram um estudo com<br />

sujeitos obesos e descobriram que os que seguiam uma <strong>dieta</strong> de 90% de proteínas e, especialmente, de<br />

90% de gordura perdiam peso, mas que quando cumpriam um regime com o mesmo número de calorias,<br />

90% das quais originários de carboi<strong>dr</strong>atos, nada perdiam.2<br />

Kekwick e Pawan ficaram tão impressionados com a importância potencial dessas descobertas<br />

inesperadas que dedicaram quase duas décadas de trabalho conjunto para descobrir por que e como a<br />

teoria de que todas as calorias são iguais parecia tão patentemente falsa. Chegaram mesmo a reproduzir<br />

com seres humanos um estudo que haviam feito com animais e observaram o mesmo fenômeno: uma<br />

<strong>dieta</strong> baixa em carboi<strong>dr</strong>atos de 1.000 calorias funcionava na perda de peso, ao passo que isso pouco<br />

acontecia com outra de 1.000 calorias de carboi<strong>dr</strong>atos.3 Em seguida, demonstraram que os pacientes não<br />

perdiam absolutamente peso com uma <strong>dieta</strong> balanceada de 2.000 calorias, mas que, quando ela era<br />

principalmente de gordura, podiam perdê-la, mesmo quando ingerindo 1.600 calorias. Um exemplo típico<br />

foi o sujeito JB, que perdeu 4,5 kg em três semanas com uma <strong>dieta</strong> de 2.600 calorias baixa em<br />

carboi<strong>dr</strong>atos, mas nem um único grama nos oito dias em que fez uma <strong>dieta</strong> balanceada de 2.000 calorias.<br />

Céticos, no estado de espírito "caloria é caloria", ficaram em estado de choque e lançaram-se a<br />

campo para desarmar a bomba intelectual que Kekwick e Pawan lhes lançaram no colo.<br />

Seguiram-se numerosos estudos. Um deles, de autoria de I:R.E. Pilkington e colegas, foi publicado<br />

em 1960 na revista Lancet. O estudo, porém, tratou do nível de 1.000 calorias, em que praticamente todos<br />

perdem peso e apenas três sujeitos do estudo foram mantidos em um volume baixo de 32 g de<br />

carboi<strong>dr</strong>atos, o limite superior de ingestão de uma <strong>dieta</strong> cetogênica. Mas, se os dados são examinados<br />

com atenção, nota-se a mesma notável perda acelerada de peso na <strong>dieta</strong> restrita em carboi<strong>dr</strong>atos,<br />

mencionada por Kekwick e Pawan, excetuado o fato de que os pilkingtonianos eliminaram alegremente<br />

de sua matemática os primeiros 12 dias da <strong>dieta</strong> baixa em carboi<strong>dr</strong>atos, o que era simplesmente a única<br />

maneira como podiam fazer com que a conclusão a que chegaram - que todas as <strong>dieta</strong>s baixas em caloria<br />

produzem o mesmo resultado - se ajustasse aos dados que compilaram. O raciocínio que usaram?<br />

Disseram que <strong>dieta</strong> baixa em carboi<strong>dr</strong>atos causa perda de água. Como foi que descobriram isso? Ao<br />

contrário de Kekwick e Pawan, nenhum estudo fizeram de equilíbrio hí<strong>dr</strong>ico para provar tal argumento.<br />

Com a complacência de torre de marfim dos contemporâneos de Galileu, quando insistiram em que a<br />

Terra não poderia girar em torno do Sol, Pilkington e seus colegas concluíram que seus dogmas,<br />

preconceituosos, certamente constituíam a verdade.<br />

Fico embaraçado pelos nutricionistas da AMA que, em busca desesperada de munição, nem mesmo<br />

citaram esse estudo. Quem fizer isso com uma freqüência grande demais acaba ganhando a reputação de<br />

A Gangue Incapaz de Pensar Certo.<br />

Kekwick e Pawan, porém, mantiveram suas posições. Os dados coletados por ambos demonstraram<br />

que a perda de água era apenas uma pequena parte da perda total de peso. Nos dois anos seguintes,<br />

usando uma câmara metabólica, iniciaram um estudo de camundongos. Medindo a perda de carbono nas<br />

fezes e urina, conseguiram demonstrar que camundongos submetidos a uma <strong>dieta</strong> alta em gordura<br />

excretavam grande volume de calorias não usadas, sob a forma de nossos conhecidos amigos, os corpos<br />

cetônicos, bem como ácidos cítrico, láctico e pirúvico. Ao fim do período de estudo, analisaram o<br />

conteúdo de gordura do corpo dos animais e descobriram muito menos gordura nas carcaças dos que<br />

haviam ingerido uma <strong>dieta</strong> alta em gordura. Ainda assim, a comissão de sabichões da AMA nem mesmo<br />

se deu ao trabalho de examinar esse estudo, embora ele houvesse sido publicado em uma prestigiosa<br />

revista americana, a Metabolism.<br />

Mas há mais na história de Kekwick e Pawan. Na época em que estavam provando a realidade da<br />

vantagem metabólica das <strong>dieta</strong>s ultrabaixas em carboi<strong>dr</strong>atos, eles detectaram e extraíram da urina de<br />

animais submetidos a uma <strong>dieta</strong> baixa em carboi<strong>dr</strong>atos uma substância que, quando injetada em<br />

camundongos, provocava os mesmos efeitos metabólicos que tinham observado em camundongos<br />

alimentados com <strong>dieta</strong> baixa em carboi<strong>dr</strong>atos, indicando isso que a gordura estava derretendo no corpo. A<br />

gordura das carcaças caiu espetacularmente, subiram os níveis de cetona e de ácidos graxos livres e, mais<br />

importante, a excreção das calorias não usadas na urina e fezes subiu dos normais 10% para 36%! Esse<br />

material foi denominado de substância mobilizadora de gordura (SMG). A SMG é o instrumento de sua<br />

vantagem metabólica. Permite-lhe expulsar do corpo parte das calorias não usadas, o que você não<br />

poderia fazer tão facilmente com uma <strong>dieta</strong> pobre em gordura.

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