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16 Gordura na Dieta, Perigo Real<br />

ou Bode Expiatório Inocente?<br />

A gordura já era, certo? O governo dos Estados Unidos e talvez uma dezena de sociedades médicas<br />

tocaram o sino de finados. Suas comissões de consenso de especialistas, autoridades médicas de<br />

universidades, todas concluíram unanimemente que nós, como nação, e cada um de nós individualmente,<br />

devemos reduzir a ingestão de gordura a 30% do total de calorias. Rico ou pobre, gordo ou magro, sadio<br />

ou doente, moço ou velho, nenhuma exceção poderá haver ao cumprimento desse édito. Jack Sprat e sua<br />

esposa agradavelmente rechonchuda devem agora cumprir a decisão oficial. Os cientistas autênticos<br />

falaram e os que pensam que devemos levar em conta a individualidade biológica ou adequar <strong>dieta</strong>s ao<br />

perfIl metabólico da pessoa estão errados, porque cientistas que sustentam essas opiniões heréticas<br />

simplesmente não merecem ser nomeados para comissões que deliberam por consenso.<br />

Essas comissões de consenso estão agora de pleno acordo: toda gordura, qualquer gordura, até<br />

mesmo os ácidos graxos essenciais, de maneira nenhuma deve passar de 30% de nossa alimentação total.<br />

Se nossos cientistas mais eminentes parecem estar de acordo, nós, pobres mortais, temos que concluir que<br />

há prova irrefutável de que ingerir o volume de gordura que nós, como nação, comemos faz mal à saúde.<br />

Não podemos fazer outra coisa que aceitar o dogma de que <strong>dieta</strong> baixa em gordura e <strong>dieta</strong> sadia são<br />

equivalentes. Mas são mesmo? As respostas talvez os surpreendam, leitores.<br />

Sabemos com certeza, porém, que <strong>dieta</strong>s baixas em gordura e que satisfazem nada têm de<br />

equivalentes. Simplesmente pensem na expressão "Ele come como um rei" . A imagem mental despertada<br />

é de um cara esquelético, de aparência austera, coroa na cabeça, roendo uma cenoura? Duvido muito.<br />

A gordura mereceu o alto lugar que ocupa nas cozinhas refinadas do mundo por causa de seu gosto<br />

luxuoso, agradável, rico em sabor e capacidade de saciar o apetite. A gordura é por excelência o alimento<br />

dos banquetes. Se fossem de consistência material mais sólida, a manteiga e o creme chanti11y seriam<br />

indubitavelmente denominados de vigas mestras da cozinha refinada. Mas você entende o que quero<br />

dizer. E o mesmo acontece com o francês de coração sadio que inclui ambas essas delícias gordurosas em<br />

tantos pratos quanto pode.<br />

A gordura é o que torna a carne tenra e gostosa. As grandes churrascarias, hoje menos numerosas<br />

devido à loucura da baixa gordura, prosperaram oferecendo aos clientes peças "selecionadas" de uma<br />

carne que eles não podiam comprar em supermercados. O que "selecionada" significava era que a carne<br />

continha uma percentagem mais alta de gordura. Quando saboreamos um filé mignon que dá água na<br />

boca, é a gordura que a enche d'água. (Dê uma olhada na seção de receitas e vai descobrir o que o grande<br />

chef Graham Newbould, que recrutamos para formular as receitas deste livro, oferece em matéria de<br />

comida deliciosa, com uso generoso de creme de leite e manteiga.)<br />

É triste ter que renunciar a tudo isso, não? Aparentemente, se não fizermos isso, a gordura será nosso<br />

carrasco. A prova nesse sentido é robustíssima, certo?<br />

O fato curioso, contudo, é que a prova, sob exame, revela-se magérrima! É extraordinariamente<br />

simplista a afirmação de que ingerir um volume significativo de gordura vai colocá-lo a toda velocidade<br />

na estrada da doença cardíaca e do câncer. Estudos respeitáveis encontrados na literatura médica lançaram<br />

sérias dúvidas sobre tais alegações. Mas, antes de examinar a prova, vamos ver como a gordura pode<br />

contribuir para a <strong>dieta</strong>, à parte a suntuosidade.<br />

Em primeiro lugar, vamos ver se não estou começando a parecer o mascate de gordura que fui<br />

acusado de ser. Você talvez pense assim, mas eu sempre mantive, o que é confIrmado pelo trabalho de<br />

Yudkin e Stock, que, como regra, as pessoas ingerem muito menos gordura em uma <strong>dieta</strong><br />

cetogênica/lipolítica do que na <strong>dieta</strong> costumeira.<br />

Essa conclusão é resultado direto de uma das maiores virtudes da gordura, isto é, quando<br />

carboi<strong>dr</strong>atos são restringidos, ela provoca uma indução profunda de saciedade. Todos os pesquisadores<br />

que compararam <strong>dieta</strong>s do mesmo número de calorias notaram que a <strong>dieta</strong> alta em gordura produzia<br />

menos fome e era muito mais fácil de seguir.<br />

E há também, leitor, a questão de sua aparência física. Este ponto é um pouco mais sutil e ninguém<br />

ainda teve peito para prová-lo ou refutá-lo. Não obstante, para mim, dá tanto na vista quanto a cabeça em<br />

cima de seus ombros.<br />

Você já estudou as feições de pessoas bem-sucedidas que, nos dias de hoje, fazem <strong>dieta</strong> baixa em<br />

gordura? É verdade que o corpo delas parece lindo, especialmente quando malham para valer e cuidam<br />

dos aspectos de aptidão física da saúde. Mas estude bem seus rostos. Note a secura da pele, a aparência<br />

pastosa das feições e, mais especifIcamente, os vincos profundos que se estendem dos cantos do nariz<br />

para a boca e abaixo, os chamados vincos nasolabiais. Por alguma razão, elas parecem mais velhas do que

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