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Kekwick e Pawan atribuíram à SMG propriedades hormonais e pelo menos quatro outros grupos de<br />

pesquisadores que abordaram o assunto, originários de uma grande variedade de entidades, concluíram<br />

que haviam identificado mobilizadores de gordura. A idéia de que você tem um aliado metabólico na<br />

manutenção da perda de peso, portanto, foi demonstrada por grande número de pesquisadores.<br />

A Luta Continua<br />

Houve mais dois estudos que a equipe de especialistas da AMA examinou no tocante à vantagem<br />

metabólica. O primeiro, de autoria de Olesen e Quaade, que mais uma vez comprovaram perda de peso<br />

extremamente acentuada com uma <strong>dieta</strong> baixa em carboi<strong>dr</strong>atos.7 Tal como o estudo de Pilkington, a<br />

equipe atribuiu esse auspicioso resultado à perda de água e, mais uma vez, nenhuma tentativa fez para<br />

documentar a dinâmica do equilíbrio hí<strong>dr</strong>ico. O segundo estudo, de Sidney Werner, simplesmente não se<br />

aplicava, uma vez tratar-se de uma <strong>dieta</strong> de carboi<strong>dr</strong>atos de 52g alta demais para demonstrar cetose e<br />

lipólise.<br />

Vejamos agora os estudos que foram deliberadamente excluídos da crítica da AMA. Vamos citar, em<br />

primeiro lugar, o estudo realizado por Frederick Benoit e colegas no Oak1and Naval Hospital. 8<br />

Impressionados com o sucesso de Kekwick e Pawan, resolveram eles comparar o efeito de 1.000 calorias,<br />

10 g de carboi<strong>dr</strong>atos e alta percentagem de gordura com o jejum de sete homens que pesavam entre 115<br />

kg e 145 kg. No jejum de dez dias, eles perderam em média 9,5 kg, embora a maior parte do peso em<br />

tecido magro; apenas 3,5 kg foram de gordura. Na <strong>dieta</strong> cetogênica, porém, 7 kg dos 7,5 kg perdidos<br />

foram de gordura. Pensem nisso ingerindo alimentos tais como bacon, creme chanti1ly, queijo cremoso e<br />

maionese, os sujeitos perderam gordura quase duas vezes mais rapidamente do que quando nada comiam!<br />

A outra interessante descoberta de Benoit foi que, numa <strong>dieta</strong> cetogênica, os sujeitos mantinham seus<br />

níveis de potássio, que perdiam em grande quantidade quando em jejum. Você talvez lembre que cerca de<br />

uma década depois muitos indivíduos perderam a vida usando <strong>dieta</strong>s extremamente baixas em calorias, de<br />

forma muito parecida como a que ocorria no jejum, presumivelmente devido à perda de potássio, que<br />

provocava arritmias cardíacas. Se o sistema médico tivesse aceitado o estudo de Benoit pelo que era - a<br />

necessária confirmação da pesquisa de Kekwick e Pawan, que devia ter tornado a <strong>dieta</strong> cetogênica o<br />

tratamento de eleição para os obesos -, essas vidas poderiam ter sido salvas.<br />

Benoit apresentou seus resultados no jubileu do American College of Physicians, tendo sido seu<br />

trabalho publicado no Annals of Internal Medicine, ambos em 1965. Dificilmente se poderia considerar<br />

esse estudo como pouco divulgado. Por que, então, não foi incluído na crítica da AMA? Reconheço que é<br />

difícil tentar explicar esse fato sem usar as palavras "intelectualmente desonesto" .<br />

Na verdade o estudo de Benoit deflagrou uma verdadeira fúria na mente de porta-vozes do sistema,<br />

como Francisco Grande, convicto de que os dados apresentados tinham que estar errados porque<br />

contradiziam a teoria das calorias. Grande calculou que 640 g por dia (o volume de gordura que as<br />

pessoas que faziam <strong>dieta</strong> cetogênica realmente perdiam), se multiplicado por 9 calorias por grama seria<br />

igual a um déficit de 5.760 calorias e que ninguém podia perder tanto peso assim. O que ele, na verdade,<br />

dizia era o seguinte: "Não me incomodem com dados, eu já calculei os resultados."<br />

A confirmação da vantagem metabólica, porém, continuou a ser replicada, às vezes pelas fontes mais<br />

inesperadas, como o Dr. Willard Krehl, um adversário ferrenho das <strong>dieta</strong>s baixas em carboi<strong>dr</strong>atos.<br />

Krehl estudou duas mulheres obesas com o peso médio de 143 kg cada durante dez semanas,<br />

submetidas a uma <strong>dieta</strong> de 12 g, 1.200 calorias, baixa em carboi<strong>dr</strong>atos. e comprovou perdas de peso, em<br />

média, de meio quilo diariamente. Em seguida, descreveu esse resultado como "comensurável com<br />

restrição calórica e exercício". (Três horas diárias.) Mas será? Para perder meio quilo por dia uma mulher<br />

teria que queimar 1.750 calorias diariamente, além das 1.200 que ingeria com a <strong>dieta</strong> Krehl. Isso significa<br />

que Krehl supôs que essas mulheres, uma das quais tinha metabolismo basal 18% abaixo da norma,<br />

queimariam 1.950 calorias diariamente. A teoria aceita, no entanto, é que a mulher obesa típica não perde<br />

peso com 2.000 calorias diárias. Por isso mesmo, na minha opinião, os números de Krehl escondem uma<br />

vantagem metabólica de 950 ou mais calorias por dia.<br />

Não se convenceu ainda? Experimento esta: a comissão de especialistas em nutrição da AMA, a<br />

maioria dos quais certamente lia a American Joumal of Clinical Nutrition, ignorou um trabalho<br />

importante de Charlotte Young, professora de Nutrição Clínica da Universidade Cornell, publicado na<br />

mesma revista apenas dois anos antes. Desta vez os sujeitos eram jovens obesos. As três <strong>dieta</strong>s<br />

comparadas eram de 1.800 calorias, todas elas com algum grau de restrição de carboi<strong>dr</strong>atos. Continham<br />

30 g, 60 g e 104 g de carboi<strong>dr</strong>atos e foram acompanhadas durante nove semanas. Young e seus colegas<br />

calcularam a gordura corporal usando uma técnica amplamente aceita, envolvendo imersão em água. Os<br />

que seguiam a <strong>dieta</strong> de 104 g perderam ligeiramente mais de 1 kg por semana, de um total de 1 kg 350 g<br />

de perda total - nada mau para 1.800 calorias. Os que estavam no regime de 60 g perderam quase 1 kg<br />

250 g de gordura por semana, de uma perda total de 1 kg 500 g por semana - melhor ainda. Os que

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