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Livro Azul

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2. A MISSÃO EM QUATRO OLHARES<br />

“Dou graças ao meu Deus, cada vez que me lembro de vós nas minhas orações por cada um<br />

de vós. É com alegria que faço minha oração, por causa da vossa comunhão no anúncio do<br />

evangelho, desde o primeiro dia até agora. Eis a minha convicção: Aquele que começou em<br />

vós tão boa obra há de levá-la a bom termo, até o dia do Cristo Jesus. É justo que eu pense<br />

isto a respeito de todos vós, pois vos trago no coração e sei que, tanto na minha prisão como<br />

na defesa e confirmação do evangelho, vós todos comungais comigo na graça que me foi<br />

concedida. Deus é testemunha de que tenho saudades de todos vós, com a ternura do Cristo<br />

Jesus. E isto eu peço a Deus: que o vosso amor cresça ainda, e cada vez mais, em<br />

conhecimento e em toda percepção, para discernirdes o que é melhor. Assim, estareis<br />

puros e sem nenhuma culpa para o dia de Cristo, cheios do fruto da justiça que nos vem<br />

por Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus” (Fl 1,3-11).<br />

Desde o primeiro momento que aqui cheguei, no dia dezessete de dezembro de 2010, tenho<br />

alimentado no meu coração o sonho e o anseio de um dia poder colocar, por escrito, a minha real<br />

sede missionária no desejo de realizar aqui a missão de pastor que o Senhor Jesus Cristo, através da<br />

sua Igreja, confiou a mim. De certa forma estes meus sonho e anseio coincidem plenamente com a<br />

sede de amor já revelada na homilia, proferida no dia da minha posse. Agora ela está aqui<br />

concretizado neste artigo, dedicado a todos os cristãos fiéis, diferenciados pelas paróquias,<br />

comunidades, pastorais, setores, grupos, organismos e movimentos, associações e organizações... É<br />

meu desejo que ela possa circular, até chegar às mãos e aos corações de todos os agentes de<br />

pastoral desta querida Arquidiocese de Palmas.<br />

Enquanto Cristo não estiver no coração e na boca de cada cristão batizado e o evangelho não for<br />

conhecido e amado; e enquanto faltar comunidades cristãs suficientemente amadurecidas, a nossa<br />

missão ainda não atingiu o seu ápice. Na tessitura desta breve reflexão teológica sobre a<br />

Eclesiologia contemporânea da missão, em quatro atos, em quatro olhares. Este quadrilátero nada<br />

mais é do que uma forma simbólica de mostrar como a Igreja deve pensar a sua ação<br />

evangelizadora: 1º ato: o olhar para baixo: para a realidade, para a sua ação no mundo. 2º ato: o<br />

olhar para o alto: para o mistério, para internalizá-lo e comunicá-lo ao mundo. 3º ato: o olhar para<br />

dentro: para a comunhão, para manifestar que este é o fim último da sua missão: levar todos à<br />

comunhão trinitária. 4º ato: o olha para fora, para a missão, descobrir que esta é a sua identidade e<br />

vocação: fazer a memória do mandato missional de Jesus: “ide pelo mundo...” Com Jesus, a nossa<br />

Igreja deve caminhar com os pés no chão e o mundo no coração (Jo 3,16), com o mistério de Deus na<br />

alma (1Jo1,3) e com a comunhão e a missão diante dos olhos (Jo 17,18; Mc 16,15).<br />

1. A sede da gratidão<br />

“Não houve, acaso, quem voltasse para agradecer...?” (Lc 17,18)<br />

No dia dezessete de dezembro de 2010, experimentei a inefável alegria de ser recebido, com<br />

calorosa acolhida, como novo arcebispo desta Arquidiocese. Depois de passados quase dois anos,<br />

ainda emocionado, volto para agradecer, de coração, todos os gestos manifestativos de carinho e<br />

de fé, carregados de confiança, de esperança e de perspectivas de um profícuo e fecundo pastoreio.<br />

Cheguei aqui meio sofrido, devido as profundas mudanças ocorridas na minha vida e também por<br />

causa da consciência dos desafios que iria enfrentar e da responsabilidade que a missão de ser<br />

Igreja que acolhe, ama, forma e envia em missão<br />

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