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Livro Azul

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5. ORIENTAÇÕES PASTORAIS SOBRE O SACRAMENTO DA<br />

RECONCILIAÇÃO<br />

“João Batista clamou no deserto: 'Preparai ao Senhor uma estrada, eis que o Reino de Deus está<br />

perto, escutai, geração transviada!'. Mudai de vida, mudai, convertei-vos de coração! Fazei a<br />

vontade do Pai, amai, servi aos irmãos; fazei a vontade do Pai, lutai por um mundo de irmãos;<br />

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fazei a vontade do Pai, o chão é de todos, e o pão”!<br />

1. Iluminação Teológica<br />

1.1. Vivemos numa cultura marcada por forte relativismo e perda acentuada da consciência do<br />

pecado e, portanto, crise do sacramento da reconciliação, favorecendo, com isto, um estado<br />

superficial que leva a esquecer a necessidade de se estar em estado de graça e também a superficial<br />

compreensão do próprio amor misericordioso de Deus. A realidade do pecado só se esclarece<br />

plenamente à luz da revelação divina. O pecado é caracterizado pelo abandono e pelo desprezo<br />

de Deus e pela renúncia ao seu amor misericordioso. É uma ação ou atitude pela qual se transgride<br />

a vontade do Criador. É uma ofensa a Deus e uma ferida na Igreja. O pecado nunca é uma<br />

realidade exclusivamente individual, mas inclui sempre uma ferida no seio da comunhão eclesial.<br />

O pecador é sempre um irmão que saiu de casa, uma ovelha que se desgarrou, uma moeda que se<br />

perdeu.<br />

1.2. Diante deste quadro nebuloso, o papa Bento XVI lembra aos bispos e, por meio deles, aos<br />

presbíteros e aos fieis, que é seu dever intensificar, nas dioceses, uma decisiva recuperação da<br />

pedagogia da conversão, bem como a se dedicarem com generosidade, empenho e competência,<br />

ao sacramento da reconciliação, pois, segundo ele, “o amor à eucaristia leva também a apreciar<br />

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cada vez mais o sacramento da reconciliação” .<br />

1.3. Como pastores, somos conscientes da nossa e da fraqueza do nosso rebanho, e da necessidade de<br />

sermos purificados pela graça do sacramento, que se nos oferece para nos identificarmos, cada vez<br />

mais, com Cristo, Bom Pastor e missionário da misericórdia de Deus Pai. E com plena<br />

disponibilidade, temos a alegria de ser ministro da reconciliação, e também nós temos de nos<br />

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aproximar frequentemente, em caminho penitencial, do sacramento da reconciliação .<br />

Necessitamos muito da conversão para combater o pecado que nos faz incoerentes com os<br />

compromissos batismais. Somos chamados a fomentar a confissão frequente. É nossa missão<br />

também convidar os presbíteros a dedicarem tempo suficiente para oferecer o sacramento da<br />

reconciliação com zelo pastoral e entranhas de misericórdia, a preparar dignamente os lugares da<br />

celebração, de maneira que sejam expressões do significado deste sacramento.<br />

1.4. Igualmente, pedimos aos fiéis que valorizem este presente maravilhoso de Deus e se aproximem<br />

dele para renovar a graça batismal e a viver, com maior autenticidade, o chamado de Jesus a<br />

serem seus discípulos e missionários.<br />

1.5. Disto se conclui que “o sacramento da reconciliação é o lugar onde o pecador experimenta de<br />

maneira singular o encontro com Jesus Cristo, que se compadece de nós e nos dá o dom de seu<br />

perdão misericordioso, nos faz sentir que o amor é mais forte do que o pecado cometido, nos liberta<br />

de tudo o que nos impede de permanecer em seu amor, e nos devolve a alegria e o entusiasmo de<br />

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anunciá-lo aos demais de coração aberto e generoso” .<br />

Igreja que acolhe, ama, forma e envia em missão<br />

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