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viver conforme gostaria e <strong>de</strong>scobre que o pecado é não ser o que Deus <strong>de</strong>seja que seja, e que só se<br />
alcança este estado proposto por Deus através <strong>de</strong> algo que vem <strong>de</strong> fora — o próprio Deus;<br />
O tempo (e espaço) trata do que o homem é, da sua existência; e a eternida<strong>de</strong> significa que, embora o<br />
homem viva no tempo e no espaço, ele não está totalmente <strong>de</strong>terminado por estes elementos; a existência<br />
fala <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, possibilida<strong>de</strong>, do i<strong>de</strong>al, da obrigação; o momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão é quando a eternida<strong>de</strong><br />
intercepta o tempo;<br />
O objetivo cultural é aquilo que é, enquanto o homem fica entre o que é e o que ele po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser. A<br />
ciência limita-se ao estudo do que é, o que ela chama “a verda<strong>de</strong>”; mas os fatos claramente aceitos<br />
jamais encerram a verda<strong>de</strong>;<br />
A essência do ser humano aparece quando traz a eternida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>ntro do tempo. Cada homem há <strong>de</strong><br />
sofrer porque vive numa realida<strong>de</strong> muito física: liberda<strong>de</strong> versus tempo;<br />
O único que realmente resolveu o paradoxo do tempo e da eternida<strong>de</strong> foi Jesus Cristo. Ele mesmo foi<br />
um paradoxo: Deus e homem; limitado e ilimitado; ignorante e conhecedor <strong>de</strong> tudo.<br />
Kierkegaard foi re<strong>de</strong>scoberto na Alemanha por volta <strong>de</strong> 1910, e é consi<strong>de</strong>rado o precursor da teologia<br />
transcen<strong>de</strong>ntal, <strong>de</strong> que Karl Barth, no século XX, seria o principal representante.<br />
Champlin e Bentes apontam seis posições liberais em relação ao cristianismo:<br />
Foi posta em dúvida a natureza única do Cristianismo;<br />
Foi promovida a <strong>de</strong>ssupervalorização do Cristianismo;<br />
Foram evocadas filosofias correntes para explicar a natureza do Cristianismo, com a apresentação <strong>de</strong><br />
argumentos antimetafísicos;<br />
Veio à tona a distinção entre o Jesus teológico e o Jesus histórico;<br />
A historicida<strong>de</strong> do Cristianismo foi atacada, e seus ensinos sem igual foram salientados como a sua<br />
verda<strong>de</strong>ira contribuição;<br />
Mudaram as atitu<strong>de</strong>s concernentes ao pecado e à salvação. 14<br />
Exame crítico<br />
Foi a partir <strong>de</strong> meados do século XIX, como conseqüência da gran<strong>de</strong> vitalida<strong>de</strong> intelectual e<br />
reorientação do pensamento, que nasceu a teologia liberal. Foi esta uma época <strong>de</strong> renascimento religioso<br />
em geral e, em particular, <strong>de</strong> expansão do protestantismo, institucional e geograficamente, caracterizada<br />
pelas missões e surgimento das socieda<strong>de</strong>s bíblicas.<br />
O liberalismo teológico, em sua essência, procura libertar as consciências cristãs das suas amarras<br />
escolásticas, apontando-lhes as exigências da razão. Realça a pessoa <strong>de</strong> Deus como a fonte <strong>de</strong> toda a<br />
verda<strong>de</strong> e enfatiza a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma certeza sincera na busca da verda<strong>de</strong>, embora reconheça a<br />
impossibilida<strong>de</strong> do ser humano alcançar um conhecimento pleno da verda<strong>de</strong> absoluta.<br />
A maioria dos teólogos da atualida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ra hoje insustentável essa premissa liberalista <strong>de</strong> que o<br />
espírito humano não possa mover-se em regiões para além do alcance dos sentidos, além do raciocínio<br />
mais brilhante.<br />
Para Platão, o intelecto tem idéias supersensíveis, inexplicáveis à luz da razão, sendo que é neste reino<br />
que resi<strong>de</strong>m os característicos principais e distintivos da alma humana. Mo<strong>de</strong>rnamente, é cada vez maior<br />
o número dos que conhecem uma área essencialmente metafísica, portanto fora do alcance dos meios<br />
físicos, na qual o espírito obe<strong>de</strong>ce às leis <strong>de</strong> sua própria natureza.<br />
Segundo os teólogos liberais, o protestantismo precisa “incorporar à sua teologia os valores básicos,<br />
as aspirações e as atitu<strong>de</strong>s características da cultura mo<strong>de</strong>rna, ressaltando, <strong>de</strong>ntre outros, o imperativo