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Teologia Contemporanea - Abraao de Almeida

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As principais observações críticas à teologia da esperança são:<br />

Rejeita as profecias como sendo história preescrita, embora enfatize o aspecto escatológico da<br />

revelação divina;<br />

Mesmo as promessas já cumpridas na história <strong>de</strong> Israel estão sujeitas a novas interpretações e<br />

cumprimentos;<br />

O futuro trará algo totalmente novo, mesmo para Deus;<br />

Embora fale da ressurreição como promessa do futuro, nada fala da cruz como pagamento do pecado;<br />

Ignora-se o efeito do pecado. O homem é apresentado livre e capaz para o futuro, e não prisioneiro do<br />

mal;<br />

Se o homem po<strong>de</strong> apressar o futuro por participar ativamente na socieda<strong>de</strong>, segue-se que é a sua<br />

obediência que traz o futuro e não Deus;<br />

Longe <strong>de</strong> parecer uma renovação da escatologia bíblica, a teologia da esperança apresenta um plano<br />

<strong>de</strong> re<strong>de</strong>nção universalista baseado no próprio esforço humano;<br />

Deus não parece ser totalmente Deus, uma vez que ele também tem um futuro cheio <strong>de</strong> possiblida<strong>de</strong>s.<br />

Não é o Deus que é, mas é o Deus que vem a ser;<br />

Em virtu<strong>de</strong> da ênfase na escatologia, os atos históricos e <strong>de</strong>finitivos <strong>de</strong> Deus são esquecidos. Mas<br />

Deus não está apenas no futuro; está também no passado.<br />

A posição ecumenista <strong>de</strong> Moltmann ficou bem <strong>de</strong>monstrada na conferência que proferiu em Utrecht, em<br />

agosto <strong>de</strong> 1972, perante o Comitê Central do CMI:<br />

Outras épocas experimentaram, sem dúvida, conflitos <strong>de</strong> vida e morte. Hoje, porém, a<br />

verda<strong>de</strong> é que, divididos, estamos con<strong>de</strong>nados; unidos, sobreviveremos. A alternativa é<br />

simples: um mundo, ou nenhum… Há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> órgãos internacionais e supernacionais<br />

que tomem as <strong>de</strong>cisões e exerçam responsavelmente o po<strong>de</strong>r em favor da paz universal, pois<br />

nada menos que um governo universal será capaz <strong>de</strong> controlar responsavelmente o po<strong>de</strong>rio<br />

militar e econômico global.<br />

Se a paz universal é imprescindível à sobrevivência da humanida<strong>de</strong>, um governo universal<br />

também o é. Todavia, como não existe tal governo, urge iniciarmos a busca <strong>de</strong> caminhos que<br />

conduzam até lá e começarmos a andar por eles.<br />

Se a única possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um organismo responsável pela paz universal é a associação da<br />

raça humana em alguma forma <strong>de</strong> governo <strong>de</strong> âmbito mundial, conseqüentemente órgãos<br />

distintos, <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s limitadas — instituições políticas, econômicas e religiosas<br />

— continuarão a existir e encontrarão justificativa para a sua existência somente à medida<br />

que tiverem em vista a paz universal vindoura e o futuro governo universal. 32

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