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As principais observações críticas à teologia da esperança são:<br />
Rejeita as profecias como sendo história preescrita, embora enfatize o aspecto escatológico da<br />
revelação divina;<br />
Mesmo as promessas já cumpridas na história <strong>de</strong> Israel estão sujeitas a novas interpretações e<br />
cumprimentos;<br />
O futuro trará algo totalmente novo, mesmo para Deus;<br />
Embora fale da ressurreição como promessa do futuro, nada fala da cruz como pagamento do pecado;<br />
Ignora-se o efeito do pecado. O homem é apresentado livre e capaz para o futuro, e não prisioneiro do<br />
mal;<br />
Se o homem po<strong>de</strong> apressar o futuro por participar ativamente na socieda<strong>de</strong>, segue-se que é a sua<br />
obediência que traz o futuro e não Deus;<br />
Longe <strong>de</strong> parecer uma renovação da escatologia bíblica, a teologia da esperança apresenta um plano<br />
<strong>de</strong> re<strong>de</strong>nção universalista baseado no próprio esforço humano;<br />
Deus não parece ser totalmente Deus, uma vez que ele também tem um futuro cheio <strong>de</strong> possiblida<strong>de</strong>s.<br />
Não é o Deus que é, mas é o Deus que vem a ser;<br />
Em virtu<strong>de</strong> da ênfase na escatologia, os atos históricos e <strong>de</strong>finitivos <strong>de</strong> Deus são esquecidos. Mas<br />
Deus não está apenas no futuro; está também no passado.<br />
A posição ecumenista <strong>de</strong> Moltmann ficou bem <strong>de</strong>monstrada na conferência que proferiu em Utrecht, em<br />
agosto <strong>de</strong> 1972, perante o Comitê Central do CMI:<br />
Outras épocas experimentaram, sem dúvida, conflitos <strong>de</strong> vida e morte. Hoje, porém, a<br />
verda<strong>de</strong> é que, divididos, estamos con<strong>de</strong>nados; unidos, sobreviveremos. A alternativa é<br />
simples: um mundo, ou nenhum… Há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> órgãos internacionais e supernacionais<br />
que tomem as <strong>de</strong>cisões e exerçam responsavelmente o po<strong>de</strong>r em favor da paz universal, pois<br />
nada menos que um governo universal será capaz <strong>de</strong> controlar responsavelmente o po<strong>de</strong>rio<br />
militar e econômico global.<br />
Se a paz universal é imprescindível à sobrevivência da humanida<strong>de</strong>, um governo universal<br />
também o é. Todavia, como não existe tal governo, urge iniciarmos a busca <strong>de</strong> caminhos que<br />
conduzam até lá e começarmos a andar por eles.<br />
Se a única possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um organismo responsável pela paz universal é a associação da<br />
raça humana em alguma forma <strong>de</strong> governo <strong>de</strong> âmbito mundial, conseqüentemente órgãos<br />
distintos, <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s limitadas — instituições políticas, econômicas e religiosas<br />
— continuarão a existir e encontrarão justificativa para a sua existência somente à medida<br />
que tiverem em vista a paz universal vindoura e o futuro governo universal. 32