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Teologia Contemporanea - Abraao de Almeida

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O PSICOLOGISMO<br />

No século XIX há uma tendência para confundir a Lógica com a Psicologia. É o chamado psicologismo<br />

que faz <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r a Lógica da Psicologia, e cujos principais <strong>de</strong>fensores são Lipps, Wundt e Ziehen.<br />

Contra esse movimento surge o do i<strong>de</strong>alismo lógico, inspirado em Kant, e admitindo a autonomia da<br />

Lógica.<br />

Entre os representantes <strong>de</strong>ssa reação antipsicologista, uns, como Herbart, põem em relevo, sobretudo,<br />

o aspecto normativo e funcional da Lógica; outros, como Hussell e Pfân<strong>de</strong>r, acentuam o seu aspecto<br />

<strong>de</strong>scritivo, procurando estudar os “objetos lógicos” em si mesmos. Ultimamente, certos filósofos, como<br />

Bertrand Russell, têm aplicado à Lógica os métodos e as fórmulas <strong>de</strong> matemática.<br />

A Lógica e a Psicologia. A Psicologia estuda as diversas formas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s do espírito e examina a<br />

gênese e o mecanismo dos fenômenos psíquicos. A lógica estuda o pensamento em si mesmo, abstraído<br />

das causas que o produzem e dos fatores que o condicionam. O que interessa, portanto, à lógica, não é<br />

<strong>de</strong>screver e explicar as operações intelectuais, mas apreciar o produto <strong>de</strong>ssas operações. Não é saber<br />

como se realiza o pensamento, mas se o pensamento é verda<strong>de</strong>iro ou falso. A lógica aprecia o valor das<br />

idéias, dos juízos <strong>de</strong> valor.<br />

O valor da Lógica. Po<strong>de</strong>mos atingir a verda<strong>de</strong> sem o auxílio da lógica científica, sobretudo quando as<br />

operações intelectuais não apresentam gran<strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>. Bastam-nos, então, nossos recursos lógicos<br />

naturais e espontâneos, cuja síntese é o bom senso. Mas, como acentua Jolivet, se o bom senso é sempre<br />

necessário, nem sempre é suficiente.<br />

Se po<strong>de</strong>mos empregar, espontaneamente, as regras do pensamento correto, com maior perfeição o<br />

faremos se essas regras nos forem conhecidas e familiares. Além disso, não se trata apenas <strong>de</strong> conhecer a<br />

verda<strong>de</strong>; é preciso ainda refutar os erros, e o simples bom senso muitas vezes fracassa.<br />

A verda<strong>de</strong> é que o valor da lógica resulta da segurança e penetração que confere à inteligência,<br />

permitindo-lhe alcançar mais facilmente a verda<strong>de</strong> e justificar suas operações à luz <strong>de</strong> princípios<br />

universais.<br />

A filosofia <strong>de</strong> Aristóteles abrange a natureza <strong>de</strong> Deus (metafísica), do homem (ética) e do Estado<br />

(política). Para Aristóteles, Deus não é o Criador, mas o Motor do Universo ou, ainda, o motor não<br />

movido. Exceto Deus, toda e qualquer outra fonte <strong>de</strong> movimento no mundo, seja uma pessoa, uma coisa,<br />

um pensamento, é um motor movido.<br />

Assim, o arado move a terra, a mão move o arado, o cérebro a mão, o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> alimento move o<br />

cérebro, o instinto da vida move o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> alimento. Portanto, a causa <strong>de</strong> todo o movimento é o<br />

resultado <strong>de</strong> outro movimento.<br />

O amo <strong>de</strong> todo escravo é escravo <strong>de</strong> algum outro amo. O próprio tirano é escravo <strong>de</strong> sua ambição.<br />

Somente Deus não po<strong>de</strong> ser resultado <strong>de</strong> alguma ação, não po<strong>de</strong> ser escravo <strong>de</strong> amo algum. Ele é a fonte<br />

<strong>de</strong> toda a ação, o amo <strong>de</strong> todos os amos, o instigador <strong>de</strong> todo o pensamento, primeiro e último Motor do<br />

Mundo.<br />

As obras <strong>de</strong> lógica <strong>de</strong> Aristóteles são: Sobre a Interpretação, Categorias, Analíticos, Tópicos,<br />

Elencos Sofísticos e os 14 livros da Metafísica, que Aristóteles <strong>de</strong>nominava Prima Filosofia. O<br />

conjunto <strong>de</strong>ssas obras é conhecido pelo nome <strong>de</strong> Organon.

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