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Teologia Contemporanea - Abraao de Almeida

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O EXERCÍCIO DA FÉ<br />

Num país on<strong>de</strong> as liberda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> consciência são respeitadas, po<strong>de</strong> o cristão fazer uso da sua própria fé<br />

em Deus para realizar-se na vida. É absolutamente certo que o Evangelho, ao elevar o ser humano à<br />

condição <strong>de</strong> filho <strong>de</strong> Deus e her<strong>de</strong>iro do mundo futuro, também o eleva no plano presente. São muitos os<br />

casos <strong>de</strong> pessoas e famílias que, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> crerem em Jesus Cristo como seu Salvador, tiveram o seu<br />

padrão <strong>de</strong> vida incomparavelmente melhorado mediante o que conhecido autor chama <strong>de</strong> “fator re<strong>de</strong>nção<br />

e elevação”. 191<br />

É bem conhecida no Brasil a história verídica do operário que vivia em completa miséria com sua<br />

família, até que se converteu e começou a pregar o Evangelho. Um dia, testificando para um amigo sobre<br />

o milagre <strong>de</strong> Caná da Galiléia, no qual Jesus transformou a água em vinho, esse amigo disse que não<br />

acreditava nem na Bíblia nem nos milagres <strong>de</strong>sta. Então esse novo cristão pediu ao amigo que o<br />

acompanhasse a sua casa, e lá, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> apresentar-lhe a família e <strong>de</strong> mostrar-lhe os móveis novos que<br />

possuía, disse: “Se você não acredita nos milagres da Bíblia, acredite então nisto”, e apontou para o seu<br />

lar bem arrumado, “pois o mesmo Jesus que transformou a água em vinho transformou a cachaça em<br />

alimento, o cigarro em roupas e a loteria em móveis”.<br />

Um pastor do rico Sul do Brasil, antes <strong>de</strong> pregar numa igreja pobre do interior <strong>de</strong> uma das regiões<br />

mais carentes do Norte brasileiro, percebeu que todos no templo estavam <strong>de</strong>centemente vestidos e<br />

calçados. Então perguntou quantos ali não haviam tido o café da manhã, ou o almoço ou o jantar.<br />

Surpreen<strong>de</strong>u-se com as respostas, pois nenhum sequer pa<strong>de</strong>cia a falta <strong>de</strong>ssas necessida<strong>de</strong>s essenciais.<br />

Lembrou-se, então, do que disse Davi: “Fui moço, e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo<br />

<strong>de</strong>samparado, nem a sua <strong>de</strong>scendência a mendigar o pão” (Sl 37.25).<br />

“O MESMO JESUS QUE TRANSFORMOU A ÁGUA EM VINHO TRANSFORMOU A<br />

CACHAÇA EM ALIMENTO, O CIGARRO EM ROUPAS E A LOTERIA EM MÓVEIS”.<br />

Uma das minhas mais antigas lembranças da infância relaciona-se com o meu pai. A cada manhã, antes<br />

<strong>de</strong> sair para o trabalho, abria ele a sua Bíblia e lia as consoladoras palavras do Salmo 128: “Bemaventurado<br />

aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos! Do trabalho <strong>de</strong> tuas mãos comerás, feliz<br />

serás, e tudo te irá bem. Tua esposa, no interior <strong>de</strong> tua casa, será como a vi<strong>de</strong>ira frutífera; teus filhos<br />

como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa. Eis como será abençoado o homem que teme ao Senhor!”<br />

(vv. 1-4).<br />

Como se cumpriram literalmente essas palavras! Com onze filhos, sem profissão lucrativa e vivendo<br />

numa região muito pobre do Estado <strong>de</strong> Minas Gerais, meus pais souberam confiar em Deus, <strong>de</strong> quem<br />

sempre tiveram a bênção da provisão. Recordo-me <strong>de</strong> uma época muito difícil, talvez 1947, quando<br />

durante diversos meses o único alimento da família, já numerosa naquele tempo, era batata cozida e<br />

temperada com o único ingrediente que possuíamos: o sal. Mas como éramos felizes! Em tudo sentíamos<br />

a bênção <strong>de</strong> Deus.<br />

Minha mãe, crente fiel, falecida em 1981 aos 69 anos, nunca per<strong>de</strong>u um filho, nem um neto ou bisneto,<br />

embora esses <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes da segunda e terceira geração ultrapassassem a casa dos setenta. Suas últimas<br />

palavras antes <strong>de</strong> entrar no <strong>de</strong>scanso eterno foram: “Meu Deus! Meu Deus!”, o que revela bem as raízes<br />

da sua fé genuína e das muitas vitórias obtidas enquanto viveu. Meu pai, hoje com mais <strong>de</strong> 80 anos <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong>, é homem feliz, que continua lendo a cada manhã o mesmo Salmo 128, fonte inesgotável <strong>de</strong><br />

confiança nas provisões divinas, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> tem retirado suas energias espirituais.

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