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Teologia Contemporanea - Abraao de Almeida

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IGNORANDO A HEDIONDEZ DO PECADO<br />

No que diz respeito a Cristo, sua divinda<strong>de</strong>, sua natureza sem pecado e seu perfeito sacrifício<br />

substitutivo, a teologia da libertação não leva a sério a doutrina bíblica do pecado, não usa vocabulário<br />

bíblico, não expressa <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> fé nas verda<strong>de</strong>s básicas das Escrituras. A teologia da libertação não<br />

trata da necessida<strong>de</strong> da conversão bíblica, do arrependimento dos pecados, da fé no po<strong>de</strong>r re<strong>de</strong>ntor do<br />

sangue <strong>de</strong> Cristo, nem da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obediência aos seus mandamentos. Ela ignora a hedion<strong>de</strong>z do<br />

pecado pessoal, pois, como <strong>de</strong>finiu Gutierrez, “a pobreza é uma expressão do pecado, que é uma negação<br />

do amor”. 88<br />

Do Antigo Testamento, o tema preferido dos liberacionistas é o êxodo. Vêem a libertação do povo <strong>de</strong><br />

Israel como mo<strong>de</strong>lo para os nossos dias, mas ignoram inteiramente os verda<strong>de</strong>iros propósitos divinos<br />

com Israel, como por exemplo o motivo dado a Abraão pelo próprio Deus para a época <strong>de</strong>sse evento<br />

libertador: “E a quarta geração tornará para cá, porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda<br />

cheia” (Gn 15.16).<br />

A hedion<strong>de</strong>z e as conseqüências do pecado <strong>de</strong>stacam-se tanto no castigo infligido aos israelitas que<br />

pereceram no <strong>de</strong>serto — alguns engolidos vivos pela terra —, como nos castigos infligidos pelos<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Abraão aos cananeus, à época em que Deus já não podia suportar a iniqüida<strong>de</strong> <strong>de</strong>les.<br />

Por isso os israelitas, segundo explícita or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Deus a Josué, <strong>de</strong>struíram ao fio da espada tudo quanto<br />

havia na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jericó, “<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o homem até à mulher, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o menino até ao velho, até ao boi e gado<br />

miúdo, e ao jumento” (Js 6.21).<br />

Os teólogos da libertação, pelo fato <strong>de</strong> restringirem o conceito bíblico <strong>de</strong> pecado e assumirem atitu<strong>de</strong><br />

universalista quanto à salvação, não sabem o que fazer com textos como esse <strong>de</strong> Josué. Por isso se<br />

interessam apenas pelas narrativas que possam ser contextualizadas na opressiva realida<strong>de</strong> da América<br />

Latina e <strong>de</strong> outras partes do mundo, mas não se interessam por outras porções bíblicas, igualmente<br />

inspiradas por Deus.

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