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Teologia Contemporanea - Abraao de Almeida

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No momento em que a pessoa se transcen<strong>de</strong>, surge a memória da perfeição original.<br />

Paul Tillich (1886-1965). Teólogo alemão, foi professor <strong>de</strong> <strong>Teologia</strong> nas universida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Berlim,<br />

Malburg e Leipzig. Em 1933, com o advento do nazismo, emigrou, ajudado por Reinhold Niebuhr, para<br />

os Estados Unidos, on<strong>de</strong> lecionou em Nova York, Harvard e Chicago.<br />

A posição teológica <strong>de</strong> Tillich tem sido consi<strong>de</strong>rada como entre o liberalismo e o neomo<strong>de</strong>rnismo. Ele<br />

insiste em que a religião <strong>de</strong>ve ser submetida ao exame da razão e o Cristianismo po<strong>de</strong> ser compreendido<br />

pelo conhecimento secular, mas conclui que o critério final <strong>de</strong> toda revelação está em Jesus como o<br />

Cristo.<br />

Para Tillich, Deus não existe. Ele não é nem natural e nem sobrenatural. Deus transcen<strong>de</strong> o homem<br />

como o fundamento da sua existência. Deus não é um ser, mas é o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> ser, o fundamento <strong>de</strong> todo o<br />

ser, porém não objetivo e não sobrenatural, mas um incondicionado impessoal, enquanto Jesus revela a<br />

realida<strong>de</strong> última como aquele que reúne em si mesmo o homem-essência e o homem-existência, e<br />

preenche plenamente a condição finita e trágica da humanida<strong>de</strong>.<br />

Tillich aproxima-se, no conceito <strong>de</strong> Deus, do panenteísmo, ou seja, sistema filosófico criado pelo<br />

alemão Karl Christian Friedrich Krause (1781-1832), que vê todos os seres em Deus e Deus em todos os<br />

seres. (Diverge <strong>de</strong> panteísmo: adoração da natureza, por admitir que Deus está em toda a natureza).<br />

Tillich rejeita como antiquado o teísmo bíblico, reduz o amor, a misericórdia e o julgamento divinos a<br />

expressões vazias <strong>de</strong> significado bíblico.<br />

A fé é o estado <strong>de</strong> ser possuído por uma preocupação última, que se preocupa com o nosso “don<strong>de</strong>” e<br />

nosso “para on<strong>de</strong>”.<br />

Alguns contrastes entre Tillich e o Novo Testamento:<br />

A frase-chave <strong>de</strong> Tillich é “preocupação última”, enquanto Jesus adverte que não estejamos<br />

preocupados. A confiança em Jesus traz paz ao coração, <strong>de</strong>scanso para a alma (Lc 12.24; Mt 11.28);<br />

O ponto <strong>de</strong> partida <strong>de</strong> Tillich é <strong>de</strong> que a vida está sem sentido, a <strong>de</strong>speito do que nos cabe uma atitu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> afirmação. O Novo Testamento ensina que fomos chamados para “sermos para louvor da sua glória,<br />

nós, os que primeiro esperamos em Cristo”. E isto significa que o cristão vive realmente com um<br />

propósito sublime e claramente <strong>de</strong>finido; A teologia <strong>de</strong> Tillich prega a nossa afirmação própria. O<br />

Senhor Jesus ensinou diferentemente: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia<br />

a sua cruz, e siga-me” (Lc 9.23).

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