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SECULARIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO<br />
O teólogo norte-americano Harvey Cox nasceu em 1929, formou-se em teologia em 1955 e no ano<br />
seguinte foi or<strong>de</strong>nado pastor da Igreja Batista. A partir <strong>de</strong> 1962, inicia suas ativida<strong>de</strong>s como membro do<br />
Conselho Mundial <strong>de</strong> Igrejas e é <strong>de</strong>signado para trabalhar com a Grossner Mission na então Berlim<br />
Oriental. Seu objetivo era o <strong>de</strong> facilitar as comunicações entre os cristãos das duas alemanhas. A partir<br />
<strong>de</strong> 1967 passa a ensinar teologia em Harvard.<br />
Entre os muitos temas abordados por Cox em centenas <strong>de</strong> palestras e cursos ministrados em várias<br />
partes do mundo estão: secularização, diálogos cristãos-marxistas, ecumenismo, o fenômeno hippie e a<br />
saturação sexual. Ele enfatiza a secularização e a urbanização como principais características <strong>de</strong> nossa<br />
época, sujeitando as “utopias” futuras e aceitando como relativamente boa a vida contemporânea.<br />
Em uma <strong>de</strong> suas obras, 44 Cox sugere que os cristãos participem do novo mundo secularizado e<br />
elaborem uma nova teologia condizente com as condições sociais e tecnologias mo<strong>de</strong>rnas.<br />
Dentro <strong>de</strong>ssa nova teologia as igrejas <strong>de</strong>vem receber com naturalida<strong>de</strong> suas novas tarefas no mundo<br />
secularizado, <strong>de</strong>scobrindo mesmo sua responsabilida<strong>de</strong> essencial. Afirma que a pregação <strong>de</strong> Deus no<br />
mundo secularizado só po<strong>de</strong> ser realizada através <strong>de</strong> formas seculares e pragmáticas.<br />
Na opinião <strong>de</strong> Cox, o processo atual <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização parte do próprio Deus, como meio <strong>de</strong> livrar o<br />
homem do cativeiro, constituindo-se, portanto, numa oportunida<strong>de</strong> e num chamado à maturida<strong>de</strong>. Por essa<br />
razão os crentes, ao se envolverem com a socieda<strong>de</strong> profana, não <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>sprezar sua “alegria <strong>de</strong><br />
adoração”. Esta <strong>de</strong>ve expressar-se em todas as possibilida<strong>de</strong>s criadoras do homem, inclusive o cômico.<br />
Pondo tais idéias em prática em sua igreja <strong>de</strong> Boston, os cultos ali se estendiam até ao raiar do dia,<br />
com filmes, gravações, efeitos psicodélicos <strong>de</strong> luz, coros e danças, intercalados com meditações e<br />
cânticos.<br />
Alguns dos ensinamentos <strong>de</strong> Cox, são:<br />
A igreja <strong>de</strong>ve podar ritos, mensagem, etc., que não po<strong>de</strong>m ser aceitos pelo homem mo<strong>de</strong>rno.<br />
A poda <strong>de</strong>ve ser feita em épocas e lugares diferentes, como, por exemplo: para os unitarianos, anunciase<br />
um Jesus apenas homem; para os teólogos da morte <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong>ve-se pregar que Deus realmente está<br />
morto, etc.<br />
O cristianismo não po<strong>de</strong> dispensar a política para <strong>de</strong>senvolver o homem ao máximo.<br />
A mensagem central do cristianismo não é a <strong>de</strong> que Deus trabalha para a libertação do homem, segundo<br />
se conclui do êxodo e da ressurreição. Os profetas e Jesus con<strong>de</strong>naram a tradição, mas a usaram com<br />
vistas aos problemas <strong>de</strong> seus dias.<br />
Cox pergunta: “Até que ponto a igreja contribui para libertar, para a maturida<strong>de</strong> do homem, e não ser<br />
ópio?”<br />
Exame crítico<br />
Acerca das questões levantadas por Cox, as Escrituras Sagradas afirmam que o homem, possuidor <strong>de</strong><br />
espírito, alma, corpo, entendimento, vonta<strong>de</strong>, afeições, incomparavelmente superior às outras criaturas<br />
terrenas, não po<strong>de</strong> viver pragmaticamente e sem nenhuma metafísica. O ser humano suspira por Deus, e<br />
sua alma é religiosa por natureza.<br />
Portanto, a teologia <strong>de</strong> Cox não leva em conta as Escrituras, pois ele não fala <strong>de</strong> uma perspectiva<br />
bíblica, e nem po<strong>de</strong>ria fazê-lo, pois isso o afastaria do secularismo.<br />
Não po<strong>de</strong>mos suprimir aquilo que Jesus <strong>de</strong>terminou, e que tem sido prática peculiar no Cristianismo,<br />
como as instituições, por exemplo, da ceia do Senhor e do batismo, que são claros mandamentos