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O MARXISMO NO BRASIL<br />
Des<strong>de</strong> a revolução cubana, os movimentos revolucionários na América Latina têm contado com o<br />
apoio do governo <strong>de</strong> Havana. Esse apoio começou com a Guatemala, em 1960, e tem-se estendido por<br />
toda a América Central e do Sul, transpondo mesmo o Atlântico e alcançando Angola, Moçambique e<br />
Etiópia, na África.<br />
O Brasil, pelo fato <strong>de</strong> ser a maior nação latino-americana tanto em área territorial como em população,<br />
recebeu atenção muito especial <strong>de</strong> diversos movimentos comunistas internacionais, os quais ajudaram<br />
diferentes grupos terroristas no início dos anos sessentas. Essas organizações <strong>de</strong>stinadas a promover a<br />
expansão do comunismo no mundo sabem que, para on<strong>de</strong> o Brasil pen<strong>de</strong>r, pen<strong>de</strong>rão os países vizinhos.<br />
Talvez por essa razão os liberacionistas sejam mais atuantes no Brasil, especialmente através das<br />
comunida<strong>de</strong>s eclesiais <strong>de</strong> base (CEB) que aqui se multiplicam mais do que em qualquer outro lugar. Há<br />
mais CEBs no Brasil do que em todos os outros países americanos, juntos.<br />
O BRASIL, PELO FATO DE SER A MAIOR NAÇÃO LATINO–AMERICANA TANTO<br />
EM ÁREA TERRITORIAL COMO EM POPULAÇÃO, RECEBEU ATENÇÃO MUITO<br />
ESPECIAL DE DIVERSOS MOVIMENTOS COMUNISTAS INTERNACIONAIS...<br />
Além <strong>de</strong> atuarem nos diversos partidos comunistas legalmente registrados — que representam as<br />
linhas soviética, albanesa, chinesa e cubana —, os comunistas estão presentes em diversos outros<br />
partidos <strong>de</strong> centro e <strong>de</strong> esquerda.<br />
Nas eleições municipais <strong>de</strong> 1988, o que mais se via nos comícios da oposição eram ban<strong>de</strong>iras<br />
comunistas. Era <strong>de</strong> impressionar a incrível movimentação <strong>de</strong> veículos com essas ban<strong>de</strong>iras e<br />
potentíssimos alto-falantes pelas ruas <strong>de</strong> São Paulo, mobilizando as massas para os últimos e <strong>de</strong>cisivos<br />
comícios, que resultaram afinal, em 1988, na eleição <strong>de</strong> uma marxista para dirigir a maior cida<strong>de</strong> da<br />
América do Sul.<br />
Ainda com relação ao Brasil e às eleições <strong>de</strong> 1988, greves e mais greves, com inúmeras<br />
reivindicações, <strong>de</strong>tiveram importantes áreas <strong>de</strong> produção industrial.<br />
Logo após as eleições em que os comunistas obtiveram imensas vantagens políticas, todas as greves<br />
<strong>de</strong>sapareceram como por milagre, levando alguns analistas políticos a reconhecer que elas haviam sido<br />
<strong>de</strong>flagradas com objetivos estritamente políticos.<br />
Foi esse o caso dos metroviários <strong>de</strong> São Paulo, cuja greve durou muito pouco tempo por causa da<br />
pressão popular. Ao tomar conhecimento dos salários dos grevistas, muito acima da média <strong>de</strong> outros<br />
trabalhadores em funções semelhantes, o povo indignou-se e exigiu a volta dos trabalhadores aos seus<br />
postos.