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Interrogativas totais no falar de florianopolitanos e<br />

lageanos<br />

Gonzaga Nunes, Vanessa; Seara, Izabel Christine<br />

Universidade Federal de Santa Catarina; Universidade Federal de Santa Catarina<br />

A variante do português que marca o falar do sul do Brasil (Santa Catarina,<br />

Paraná e Rio Grande do Sul) é conhecida como sulista. No entanto, os dialetos<br />

são evidentemente distintos e podemos dizer que, dentro desses estados,<br />

temos ainda uma grande variedade de falares que marcam nossas<br />

microrregiões. Nesta pesquisa, focalizamos Florianópolis e Lages, regiões<br />

catarinenses, relativamente próximas geograficamente, mas que contrastam<br />

pelo seu falar. Nosso objetivo é descrever a prosódia em sua implementação<br />

fonética, a partir da frequência fundamental (f0) e duração. Ainda que haja um<br />

padrão estabelecido para modalidades como interrogativas totais (movimento<br />

ascendente na tônica final da região nuclear), isso não significa que não haja<br />

variação na curva melódica e especificidades entre os diferentes falares de<br />

uma mesma língua. Este estudo vincula-se ao projeto AMPER (Atlas Multimídia<br />

Prosódico do Espaço Românico) e participaram desta investigação dois<br />

informantes do sexo masculino, ambos com idade entre 35 e 45 anos, oito<br />

anos de escolaridade, naturais das cidades anteriormente citadas.<br />

Trabalhamos dentro de um recorte do corpus total - 132 sentenças. Esse<br />

corpus apresenta frases do tipo SN + V + SPREP, com palavras que contêm as<br />

posições de acento do português brasileiro (PB) e os SNs podem ou não ter<br />

extensões. Na comparação da produção dos informantes, apuramos que os<br />

contornos das curvas são muito semelhantes - as proeminências e as quedas,<br />

que são os pontos relevantes, estão quase sempre na mesma posição, ou seja,<br />

não nos dão pistas distintivas a respeito desses falares regionais que parecem<br />

tão diferentes. Verificamos, no entanto, que é no movimento interno às sílabas<br />

que parece haver diferenças entre os falares. Assim, olhamos os detalhes no<br />

nível intrassilábico. As tônicas das oxítonas exibem, de modo geral,<br />

alinhamento medial, ou seja, temos um pico de f0 em algum ponto mais para o<br />

centro do segmento. O florianopolitano apresenta essa distribuição de forma<br />

mais simétrica (pico alinhado ao meio do núcleo silábico), enquanto o lageano<br />

expressa uma distribuição medial mais à direita. Nas paroxítonas, o<br />

florianopolitano traz o alinhamento do pico mais central, enquanto o lageano<br />

novamente realiza movimento mais "à direita". Nas proparoxítonas, ambos os<br />

informantes apresentam alinhamentos mais à direita. Quanto à duração, os<br />

informantes não apresentam distinção quando as sentenças são finalizadas<br />

com oxítonas; por outro lado, com paroxítonas e proparoxítonas, observa-se<br />

uma distribuição temporal completamente diferente entre os dois falares. Para<br />

o florianopolitano, as tônicas das interrogativas têm recorrentemente maior<br />

duração se comparadas às das declarativas, enquanto o lageano exibe<br />

maiores durações nas tônicas das declarativas. Ainda que as tônicas do<br />

florianopolitano se mostrem, nas interrogativas, relativamente mais longas do<br />

que as do lageano, os dados mostram que o falar do florianopolitano é<br />

produzido com uma maior taxa de elocução, provavelmente, devido aos<br />

inúmeros apagamentos ocorridos na sua produção.<br />

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