O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...
O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...
O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Charge B - PARODIANDO DRUMMOND<br />
Antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver a charge B, vamos contar um pouco sobre a situação política<br />
que o país passava e porque as charges tiveram que constituir uma reação no campo<br />
jornalístico para fazer face à censura.<br />
100<br />
Nos primeiros meses do governo <strong>de</strong> Geisel, em 1974, ocorreram alguns sinais <strong>de</strong><br />
abertura política. A censura prévia foi retirada <strong>de</strong> O Estado <strong>de</strong> São Paulo, Veja, O<br />
<strong>Pasquim</strong>, mas continuou em Tribuna da Imprensa, São Paulo, Opinião. Isto era um<br />
claro aviso aos jornais que não eram mais censurados, pois, apesar da censura recém<br />
abolida, ela po<strong>de</strong>ria voltar a qualquer momento. Esse fato po<strong>de</strong> ser claramente<br />
percebido na primeira edição do <strong>Pasquim</strong> sem censura prévia, o nº 300, que, mesmo<br />
sem censura, foi apreendido. Nesse período, o Brasil foi tomado por uma euforia em<br />
razão da conquista do tricampeonato na Copa do Mundo, em 1970. A equipe da AERP<br />
logo tomou proveito <strong>de</strong>ssa situação, compondo a popular marchinha “Pra frente Brasil”<br />
e criando o slogan “Ninguém segura mais este país”.<br />
Criada por Jaguar, a charge contrasta a campanha que o governo Médici realizou<br />
durante a conquista do tricampeonato <strong>de</strong> futebol, tomando como referência a situação<br />
socioeconômica vivida pela população na época. Conforme vemos a seguir.<br />
Figura B<br />
O <strong>Pasquim</strong>, nº 54, 2 a 8 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1970, contracapa.