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O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

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terra, sem dúvida é o riso”. A autora enfatiza ainda que “alguns filósofos <strong>de</strong>finiram o<br />

Homem como um animal que sabe rir”.<br />

Possenti, (2009), que estudou o humor em mais <strong>de</strong> uma obra, crê que o mesmo é<br />

uma questão <strong>de</strong> cultura, <strong>de</strong>vido ao seu <strong>de</strong>sconhecimento dos dados, ou seja:<br />

92<br />

no caso do humor há uma manifestação clara <strong>de</strong> seu funcionamento, o riso.<br />

Quando não ocorre, atribuímos esse fato a uma diferença <strong>de</strong> cultura. Mas<br />

creio que confundimos o que é apenas uma manifestação mais ou me<strong>nos</strong><br />

lateral como que seria uma característica <strong>de</strong>finidora. (POSSENTI, 2009, p.<br />

226).<br />

Em outra obra, Possenti (2010) analisa os “ingredientes” dos textos<br />

humorísticos, contrastando sua relação com as questões <strong>de</strong> “or<strong>de</strong>m linguística, em<br />

primeiro lugar, mas também pragmáticas, textuais, discursivas, cognitivas e históricas”.<br />

O autor enfatiza que esse tema tem atraído muitos estudiosos e tem se percebido que o<br />

assunto “trata <strong>de</strong> um corpus privilegiado para uma espécie <strong>de</strong> tese <strong>de</strong> diversas teorias ou<br />

<strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> práticas como a leitura”. Possenti contempla que:<br />

Os textos humorísticos evi<strong>de</strong>ncialmente não sejam sempre referenciais,,<br />

guardam algum tipo <strong>de</strong> relação (a ser explicitada já que humor não é<br />

Sociologia nem História) com os diversos tipos <strong>de</strong> acontecimento. As<br />

charges, por exemplo, são tipicamente relativas aos fatos “do dia”. (2010, p.<br />

27).<br />

Possenti complementa que apesar dos assuntos ligados ao cotidiano, as charges<br />

também abordam temas <strong>de</strong> média duração “como um governo, um regime, o tempo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>staque <strong>de</strong> uma personalida<strong>de</strong>, como um mandato governamental” (2010, p. 28). O<br />

autor contempla nesta mesma obra, chamada Humor, língua e discurso, que as técnicas<br />

humorísticas nem sempre apresentam os todos os que escon<strong>de</strong>m. Ou seja, elas permitem<br />

a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> outro sentido, que é geralmente, inesperado, “frequentemente distante<br />

daquele que é expresso em primeiro plano e que, até o <strong>de</strong>sfecho da piada, parece ser o<br />

único possível”. (2010, p. 61).<br />

As charges, como técnicas humorísticas, analisadas nesta monografia, também<br />

apresentam um duplo sentido, ou seja, mais <strong>de</strong> um discurso, juntamente com o duplo<br />

sentido, quando usadas involuntariamente, po<strong>de</strong>m causar uma gran<strong>de</strong> confusão, porém,<br />

se inseridas intencionalmente, com a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> poucos, po<strong>de</strong>m gerar uma gran<strong>de</strong><br />

gargalhada.

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