O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...
O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...
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ambição por gran<strong>de</strong>s tiragens. Ex expressa a ansieda<strong>de</strong> do grupo em produzir<br />
um jornalismo contun<strong>de</strong>nte, que vá direto à ferida, sem metáforas, sem<br />
compromissos com a censura. que seja totalmente político sem precisar das<br />
muletas do discurso pedagógico. (KUCINSKI, 1991, p. 127).<br />
O jornal mensal Versus, iniciou sua trajetória <strong>de</strong>svinculado a partidos políticos,<br />
porém com o tempo se tornou partidário. “O jornal passou a atrair ativistas do<br />
movimento clan<strong>de</strong>stino Liga operária, que tornaram-no um jornal organizador <strong>de</strong><br />
partido”. (KUCINSKI, 1991, p. 69).<br />
Ainda discutindo sobre esses alternativos, o mesmo autor diz eles “procuravam<br />
novas categorias explicativas da vida e dos conflitos huma<strong>nos</strong>, que ousaram <strong>de</strong>safiar a<br />
moral pudica dos marxistas ao abrir a discussão sobre a homossexualida<strong>de</strong> e o prazer”<br />
Entre esses jornais, o autor cita Lampião da Esquina, dirigido por Aguinaldo Silva, que<br />
discutia abertamente temas como a homossexualida<strong>de</strong>. Mulherio, Brasil Mulher e Nós<br />
Mulheres, inspirados <strong>nos</strong> movimentos feministas franceses. (KUCINSKI, 1991, p. 72).<br />
Políticos, culturais, literários, humorísticos, todos os alternativos, <strong>de</strong> uma forma<br />
ou outra, sofreram, foram recriminados e vigiados pelo Regime militar. No universo dos<br />
jornais alternativos <strong>de</strong> base filosófica existencialista, <strong>de</strong>staca-se O <strong>Pasquim</strong>. Através do<br />
humor, criticou paradigmas e enfrentou os tabus da moral vigente <strong>–</strong> liberação sexual,<br />
entre outros temas foram levantados e discutidos, suscitando escândalos e provocando<br />
reações apaixonadas. (QUEIROZ, 2004, p. 232). Po<strong>de</strong>mos sintetizar a presença no<br />
tempo e divisão do espaço da imprensa alternativa, estudado por Kucinski (1991),<br />
através do gráfico que segue.<br />
NÚMERO DE JORNAIS ALTERNATIVOS POR TEMPO DE DURAÇÃO (1964-<br />
1980)<br />
Figura 3<br />
Mais <strong>de</strong> 10 a<strong>nos</strong><br />
De 6 a 10 a<strong>nos</strong><br />
De 3 a 5 a<strong>nos</strong><br />
De 1 a 2 a<strong>nos</strong><br />
Jornais efêmeros (me<strong>nos</strong> <strong>de</strong><br />
1 ano)<br />
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