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O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

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semanário. O colunista revelou que Garrastazu Médici seria o próximo general a<br />

governar o Brasil.<br />

O <strong>Pasquim</strong> aumentou sua popularida<strong>de</strong> e começou a se tornar conhecido <strong>nos</strong><br />

círculos culturais cariocas e do país. Um dos principais motivos que levou a este feito<br />

foi o <strong>de</strong>sconhecimento técnico <strong>de</strong> Jaguar. Ou seja, Jaguar por não ser jornalista,<br />

<strong>de</strong>sconhecia as técnicas <strong>de</strong> escrita e edição das matérias. Desse modo, as matérias <strong>de</strong><br />

Jaguar logo eram reconhecidas pelo improviso na transcrição das entrevistas. Jaguar,<br />

que só queria fazer um jornal <strong>de</strong> humor, apresentou essa novida<strong>de</strong>. Jaguar usou a técnica<br />

<strong>de</strong> transcrever as entrevistas no estilo pergunta e resposta, algo que <strong>de</strong>pois foi repetido<br />

pela gran<strong>de</strong> mídia impressa, com vários entrevistadores ao mesmo tempo. Portanto, a<br />

prática foi adotada por vários meios <strong>de</strong> comunicação até os dias <strong>de</strong> hoje.<br />

O número <strong>de</strong> páginas e o espaço ocupado pelos anúncios no jornal ao longo dos<br />

diferentes períodos da censura mostram a variação das condições <strong>de</strong> produção do<br />

<strong>Pasquim</strong>. Depois do número 20, o espaço <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> começou a acrescer<br />

significativamente, chegando a ter 25% do jornal, com 17 anunciantes; alguns,<br />

inclusive, <strong>de</strong> página inteira. A partir do número 40, a publicida<strong>de</strong> ocupa um terço do<br />

jornal. O tamanho do jornal também variou bastante. A média entre as primeiras edições<br />

foi <strong>de</strong> 30 páginas, <strong>de</strong>pois se estabilizando em 26.<br />

Consi<strong>de</strong>raremos três fases temporais, <strong>de</strong>terminados a partir do tipo <strong>de</strong> censura<br />

sobre o semanário, para examinarmos as maneiras com que o jornal respon<strong>de</strong>u à<br />

repressão, sendo classificado como subversivo pelos militares. Assim como as<br />

mensagens que <strong>de</strong>monstram a repressão que sofreu e a colaboração que teve da geração<br />

<strong>de</strong> 60: Desse modo: (1) a censura pontual na fase inicial do <strong>Pasquim</strong>, da primeira à 71ª<br />

edição, quando os seus principais redatores são presos; (2) os quatro a<strong>nos</strong> <strong>de</strong> censura no<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1970 a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1973, com uma relação próxima e<br />

pessoal com os censores e (3), <strong>de</strong>vido às 1.072 edições publicadas durante mais <strong>de</strong> 22<br />

a<strong>nos</strong>, sendo mais <strong>de</strong> cinco <strong>de</strong>las sob censura direta, seja em <strong>de</strong>corrência da<br />

administração ingênua e nada profissional da empresa, ou <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> interesse dos<br />

anunciantes, o jornal consegue passar por proibições e diferentes formas <strong>de</strong> censura.<br />

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