O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...
O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...
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imagem está acontecendo logo ali, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua janela, ou seja, a imagem está na altura<br />
dos olhos do leitor.<br />
106<br />
Ziraldo (1970), um dos integrantes da equipe do semanário e que também foi<br />
preso por causa <strong>de</strong>sta charge, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que o humor é coisa séria e tem importantes<br />
funções, ou seja, o autor diz que essas funções são <strong>de</strong>sempenhadas pelo humor graças<br />
ao seu “jeito matreiro <strong>de</strong> quem não quer nada”.<br />
No período da Ditadura Militar especialmente, como estudamos nesta<br />
monografia, o humor ganha mais um sentido: a dissimulação, ou seja, ele era uma forma<br />
<strong>de</strong> trazer informações à gran<strong>de</strong> massa, driblando a censura imposta nas entrelinhas das<br />
charges, como no caso do <strong>Pasquim</strong>.<br />
Sobre a charge C, vale ressaltar que <strong>de</strong> acordo com diversas reportagens já<br />
publicadas até os dias <strong>de</strong> hoje em jornais e revistas, a cena pintada por Pedro Américo<br />
não foi uma cópia exata do acontecido, e o <strong>de</strong>senho do autor partiu <strong>de</strong> sua imaginação e<br />
a partir <strong>de</strong>la, Jaguar <strong>de</strong>u um novo traço, com as cores preto e branco.