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O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

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Estudos sobre esse período foram feitos por Mecenas Dourado, por exemplo, em<br />

1957, com a obra Hypólito da Costa e o Correio Brasiliense, que contava a trajetória do<br />

primeiro jornalista brasileiro. Além <strong>de</strong>le, outro autor, <strong>de</strong>dicou-se a escrever sobre a<br />

imprensa no Brasil. Juarez Bahia, por exemplo, em Três Fases da Imprensa Brasileira,<br />

lançado em 1960. Porém, autores portugueses iniciaram seus estudos sobre imprensa e<br />

história do jornalismo, antes, em 1857, ano em que Tito <strong>de</strong> Noronha escreveu Ensaios<br />

Sobre a História da Imprensa. Na obra o autor discute sobre a introdução e evolução da<br />

tipografia em Portugal, no qual são apresentados dados sobre as primeiras folhas<br />

noticiosas bem como sobre os primeiros jornais do país.<br />

Outro importante especialista sobre o assunto é Nelson Werneck Sodré,<br />

historiador brasileiro e autor da obra História da Imprensa Brasileira. Para Sodré, a<br />

imprensa brasileira, “nasceu com o capitalismo e acompanhou o seu <strong>de</strong>senvolvimento”<br />

(SODRÉ, 1999, p. 10). Esta frase indica o enquadramento materialista que o autor dá à<br />

história da imprensa. O autor discute sobre as tentativas burguesas <strong>de</strong> controle do<br />

jornalismo, ligadas ao <strong>de</strong>senvolvimento do capitalismo:<br />

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a história da imprensa é a própria história do <strong>de</strong>senvolvimento da socieda<strong>de</strong><br />

capitalista. O controle dos meios <strong>de</strong> difusão <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e <strong>de</strong> informações <strong>–</strong> que<br />

se verifica ao longo do <strong>de</strong>senvolvimento da imprensa, como reflexo do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento capitalista (...) <strong>–</strong> é uma luta em que aparecem organizações<br />

e pessoas da mais diversa situação social, cultural e política, correspon<strong>de</strong>ndo<br />

a diferenças <strong>de</strong> interesses e aspirações. Ao lado <strong>de</strong>ssas diferenças, e<br />

correspon<strong>de</strong>ndo ainda à luta pelo referido controle, evolui a legislação<br />

reguladora da ativida<strong>de</strong> da imprensa (SODRÉ, 1999, p. 1).<br />

O livro <strong>de</strong> Sodré (1999) divi<strong>de</strong>-se em seis capítulos <strong>de</strong>dicados à imprensa<br />

Colonial, à imprensa da In<strong>de</strong>pendência, ao pasquim, à imprensa no Império, à Gran<strong>de</strong><br />

Imprensa e à crise da imprensa. Para esse autor, que estudou a imprensa em sua<br />

profundida<strong>de</strong>, a In<strong>de</strong>pendência do Brasil em 1922, não trouxe liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa ao<br />

país, e sim, a permanência da censura e da repressão: “É na medida em que<br />

compreen<strong>de</strong>m a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> limitar a In<strong>de</strong>pendência que os representantes da classe<br />

dominante colonial opõem restrições à liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa” (SODRÉ, 1999: 42 - 45).<br />

Sodré (1999) prossegue, discutindo que a In<strong>de</strong>pendência não nem liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

imprensa nem, muito me<strong>nos</strong>, <strong>de</strong>mocracia, mas <strong>de</strong>ve ser saudado o “período rico (...),<br />

quando aparecem, e proliferam, os periódicos (...) <strong>de</strong> combate, <strong>de</strong> linguagem virulenta,<br />

em que a historiografia oficial tem visto apenas os aspectos negativos, sem sentir neles<br />

o fecundo exemplo (...) <strong>de</strong> avanço no esclarecimento da opinião.” (SODRÉ, 1999, p.<br />

82). O autor discorre que “a historiografia oficial vê sempre a or<strong>de</strong>m, a <strong>de</strong>mocracia, o

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