leitores mais críticos ao regime e até hoje é lembrado e estudado <strong>de</strong>vido sua contribuição para o jornalismo. Enquanto o Regime militar gerou o estabelecimento <strong>de</strong> um estado <strong>de</strong> medo para extinguir atos <strong>de</strong> oposição, o humor foi usado pelo <strong>Pasquim</strong> como ferramenta <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong> um sentimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontentamento. 53 A imprensa inteira mudou <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> O <strong>Pasquim</strong>. Era difícil você lê uma entrevista <strong>de</strong>spojada <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> jornal. O <strong>Pasquim</strong> trouxe um frescor maior ao jornalismo. (Angeli <strong>–</strong> cartunista. Documentário: O <strong>Pasquim</strong>, a subversão do humor, 1999). De acordo com o documentário, O <strong>Pasquim</strong> entra no cenário jornalístico, reunindo alguns dos mais brilhantes jornalistas, cartunistas e chargistas da época para satirizar o opressivo e <strong>de</strong>sconjuntado dia-a-dia nacional. O tabloi<strong>de</strong> surgiu em junho <strong>de</strong> <strong>1969</strong> como um jornal <strong>de</strong> bairro. Em especial, <strong>de</strong> um bairro da Zona Sul da cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Ipanema. Nem todos seus jornalistas eram cariocas, mas em suas trajetórias distintas constituíram um jornal a partir das referências da realida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro e <strong>de</strong> Ipanema, lugar no qual a maioria residia. “Ele foi produzido por Jaguar, Tarso <strong>de</strong> Castro, Sérgio Cabral, Ziraldo, Millôr Fernan<strong>de</strong>s, Claudius Ceccon e Carlos Prosperi que executou o projeto gráfico. Aos poucos, outros profissionais do humor foram se juntando a estes, formando assim a chamada patota d’O <strong>Pasquim</strong>” (A subversão do humor, TV Câmara, 1999). Até mesmo o mineiro Ziraldo, membro da patota, que não nasceu nesse ambiente carioca, mas o incorporou em seu cotidiano, <strong>de</strong>clarou que “O <strong>Pasquim</strong> foi feito pra Ipanema. Naquela época Ipanema significava o Olimpo. O <strong>Pasquim</strong> vai divulgar esse modus vivendi”. (ZIRALDO apud STEFANELLI, 2004). Entre os cargos, o fundador, Jaguar ocupou o cargo <strong>de</strong> editor <strong>de</strong> humor, os jornalistas Tarso <strong>de</strong> Castro (editor chefe), Sérgio Cabral (editor <strong>de</strong> texto), Carlos Prosperi (editor gráfico) além dos cartunistas Ziraldo, Henfil e Millôr Fernan<strong>de</strong>s, Ivan Lessa, Miguel Paiva, Claudius, Paulo Francis, Luiz Carlos Maciel. Aos poucos, a equipe aumenta e chega Sérgio Augusto, Caetano Veloso, Vinícius <strong>de</strong> Moraes, Glauber Rocha, entre outros. O projeto inicial do jornal era não possuir i<strong>de</strong>ologia nenhuma, e sim, apenas fazer humor, mas com o tempo foi impossível não tomar partido do que acontecia na época. Com uma linguagem informal foi um periódico que <strong>de</strong>u voz a jornalistas, artistas
e intelectuais e sua primeira edição contava com textos da atriz O<strong>de</strong>te Lara, que se encontrava no festival <strong>de</strong> Cannes, e do cantor e compositor Chico Buarque, direto <strong>de</strong> Roma. A equipe do <strong>Pasquim</strong>, sem saber no que ia resultar essa união, tinha um pensamento <strong>de</strong> realmente manter o jornal <strong>de</strong>svinculado da política, porém com o passar do tempo, a patota se tornou assumidamente engajada na luta contra o Regime, usando o humor como principal arma. 54
- Page 1 and 2:
Lidiana da Silva Betega TRABALHO FI
- Page 3 and 4: Lidiana da Silva Betega O Pasquim n
- Page 5 and 6: 4 Apesar de você Amanhã há de se
- Page 7 and 8: ABI Associação Brasileira de Impr
- Page 9 and 10: SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...........
- Page 11 and 12: (charges) enquanto linguagem no per
- Page 13 and 14: prisão e o início de uma nova fas
- Page 15 and 16: outros feitos. Para renunciar, Jân
- Page 17 and 18: governo, que tinha como principal o
- Page 19 and 20: 18 espaços alternativos à grande
- Page 21 and 22: O jornalista Alberto Dines, em uma
- Page 23 and 24: epresentado nessas charges. A inves
- Page 25 and 26: ao cuidar para que os “atentados
- Page 27 and 28: implantado em outros estados do Bra
- Page 29 and 30: Considerando que esse mesmo Poder R
- Page 31 and 32: 30 As TCDPs, por sua vez, eram comp
- Page 33 and 34: Segundo Garcia entre os anos de 196
- Page 35 and 36: 34 Estas proibições foram muito n
- Page 37 and 38: 3. A EMERGÊNCIA DA IMPRENSA ALTERN
- Page 39 and 40: Kucinski (1991) refere-se a esse jo
- Page 41 and 42: 3.1 AS CAUSAS DO SURGIMENTO DOS JOR
- Page 43 and 44: Os mandos e desmandos da censura s
- Page 45 and 46: Abaixo, Peruzzo analisa a origem e
- Page 47 and 48: ambição por grandes tiragens. Ex
- Page 49 and 50: mais ser desconhecidas ou ignoradas
- Page 51 and 52: Estudos sobre esse período foram f
- Page 53: jornalismo, que ele sugere que “e
- Page 57 and 58: Sérgio Porto, que hoje deveria est
- Page 59 and 60: Fernandes, no Méier. Entretanto, Q
- Page 61 and 62: “Suas reuniões de pauta, quando
- Page 63 and 64: 4.2 A HISTÓRIA DO PASQUIM FACE À
- Page 65 and 66: auxilio dos que não haviam sido pr
- Page 67 and 68: 5. A PATOTA ENFRENTA A CENSURA 66 C
- Page 69 and 70: Como na primeira edição que foi
- Page 71 and 72: os grupos revolucionários, assinat
- Page 73 and 74: 72 censura, os responsáveis respon
- Page 75 and 76: Para Sírio Possenti (2010), no liv
- Page 77 and 78: verdade; crítica por confrontar o
- Page 79 and 80: 78 Enfim, segundo Agostinho, [...]
- Page 81 and 82: Essa é uma característica que se
- Page 83 and 84: Militar, e mais especificamente, o
- Page 85 and 86: 5.3 HUMOR NO PASQUIM: RESISTINDO A
- Page 87 and 88: das páginas fortemente ilustradas,
- Page 89 and 90: Na frase editorial Pasquim - corajo
- Page 91 and 92: 5.3.1 UMA BREVE DESCRIÇÃO CONTEXT
- Page 93 and 94: terra, sem dúvida é o riso”. A
- Page 95 and 96: Desse modo, nos próximos capítulo
- Page 97 and 98: enunciação para entender melhor o
- Page 99 and 100: Desse modo, fica mais fácil entend
- Page 101 and 102: Charge B - PARODIANDO DRUMMOND Ante
- Page 103 and 104: 102 A charge B faz uma recorrência
- Page 105 and 106:
Charge C - PLÁGIO À INDEPENDÊNCI
- Page 107 and 108:
imagem está acontecendo logo ali,
- Page 109 and 110:
O tom humorístico do texto contras
- Page 111 and 112:
edatores do jornal. Henfil era o re
- Page 113 and 114:
Charge F - E AGORA? 112 Quase toda
- Page 115 and 116:
criando com inteligência suas mens
- Page 117 and 118:
principal sacada e desse modo, disf
- Page 119 and 120:
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGO
- Page 121 and 122:
____ 30 Anos de Mim Mesmo. Rio de J
- Page 123 and 124:
MIANI, Rozinaldo Antônio. Charge:
- Page 125 and 126:
VIERA, Evaldo. A república brasile
- Page 127 and 128:
ANEXOS IMAGENS DO CAPÍTULO 5.3.2 A
- Page 129 and 130:
IMAGEM C 128
- Page 131 and 132:
IMAGEM E 130