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O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

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Antes <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>rmos à análise, <strong>de</strong>senvolveremos alguns parágrafos sobre a<br />

pertinência dos conceitos levantados para a análise, <strong>de</strong> um modo breve, uma vez que<br />

voltaremos aos mesmos no exame das charges, procurando localizar a ligação das<br />

mesmas para as charges escolhidas.<br />

O jornal O <strong>Pasquim</strong>, diante da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um modo <strong>de</strong> informar que<br />

conseguisse revelar a indignação para com o período em que o país vivia, conseguiu<br />

reunir os elementos humorísticos com caráter oposicionista como nenhum outro jornal.<br />

No documentário sobre o tabloi<strong>de</strong>, os cartunistas analisam a forma <strong>de</strong> humor<br />

apresentada no semanário.<br />

O humor é extremamente transformador. O humor é uma linguagem<br />

subversiva por si só. Ele vai sempre <strong>de</strong>scobrir uma maneira <strong>de</strong> pular aquele<br />

muro que construíram na frente <strong>de</strong>le. Não há maior alimento <strong>de</strong> incentivo ao<br />

humor que a censura. (Miguel Paiva - Documentário: O <strong>Pasquim</strong> - A<br />

Subversão do Humor. TV Câmara, 1999).<br />

Miguel Paiva foi um dos componentes da patota e um dos poucos cartunistas<br />

que não foram presos em 1970.<br />

Além das técnicas criativas para lidar com as pressões vindas da Ditadura<br />

Militar, as histórias sobre o <strong>Pasquim</strong> e seus editores vêm <strong>de</strong> relatos <strong>de</strong> que o humor foi<br />

fundamental na relação com os censores e colaborou na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> quais textos<br />

seriam publicados.<br />

É através do humor que o semanário elege suas rotinas e inicia sua campanha<br />

para mobilizar as pessoas, alertar para a política instaurada no momento e lembrar aos<br />

<strong>de</strong>sinformados, que rir era uma estratégia para não chorar diante do que estava<br />

acontecendo. Ou seja, os jornalistas e cartunistas do <strong>Pasquim</strong>, acreditavam que era<br />

preciso um pouco mais <strong>de</strong> graça e leveza para que a vida seja percebida em certos<br />

<strong>de</strong>talhes incapazes <strong>de</strong> serem notados diante da Ditadura em que o Brasil vivia.<br />

Desse modo, o humor e a geração que criou e alimentou o <strong>Pasquim</strong> parecem ser<br />

elementos fundamentais para enten<strong>de</strong>r a resistência do seu discurso <strong>de</strong> contestação<br />

durante o período da censura e os relacionamentos que permearam as publicações do<br />

jornal. São histórias impressas em frases e imagens que <strong>de</strong>smascaram o silêncio do<br />

Regime.<br />

Apesar <strong>de</strong> ter o humor como linha editorial, o <strong>Pasquim</strong> comportava diferentes<br />

estilos jornalísticos embora todos os textos e as imagens se enquadravam na categoria.<br />

Maciel, Paulo Francis e Ivan Lessa faziam parte <strong>de</strong>sses espaços que se diferenciavam<br />

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