13.04.2013 Views

O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Abaixo, Peruzzo analisa a origem e a função da comunicação popular ou<br />

alternativa face ao seu público alvo e ao momento em que a mesma se insere na<br />

socieda<strong>de</strong> brasileira:<br />

44<br />

Sua origem se <strong>de</strong>u entre 1970 e 1980, no Brasil e na América Latina. Possui<br />

caráter mobilizador, com se<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança, que visa suprir as necessida<strong>de</strong>s<br />

populares buscando uma inserção maior <strong>de</strong>sse povo na socieda<strong>de</strong>. Esse tipo<br />

<strong>de</strong> comunicação possui conteúdo crítico e reivindicativo e tem o povo como<br />

principal agente, o que a torna um processo justo e educativo. Ela não se<br />

caracteriza como um tipo qualquer <strong>de</strong> mídia, mas como um processo <strong>de</strong><br />

comunicação que emerge da ação dos grupos populares (PERUZZO, 2006, p.<br />

2).<br />

A autora analisou o conceito baseado em seu papel face o contexto. “A<br />

comunicação popular ou alternativa possui conteúdo crítico-emancipador e<br />

reivindicativo, constituindo o “povo” como protagonista principal, o que a torna um<br />

processo <strong>de</strong>mocrático e educativo” (PERUZZO, 2006, p. 4).<br />

Pereira (1986 : 55-56) analisa esse tipo <strong>de</strong> imprensa partindo <strong>de</strong> sua origem,<br />

assim, chegando aos pressupostos <strong>de</strong> seu papel. Diz que “a imprensa alternativa foi<br />

expressão da média burguesia, dos trabalhadores e da pequena burguesia” Esse tipo <strong>de</strong><br />

imprensa, “<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u os interesses nacionais e populares, portanto, con<strong>de</strong>nava o Regime<br />

Militar”. Desse modo, o que caracteriza o jornal como alternativo é o fato <strong>de</strong> representar<br />

uma opção enquanto fonte <strong>de</strong> informação, pelo conteúdo que oferece e pelo tipo <strong>de</strong><br />

enfoque.<br />

Kucinski (1991, p. 15) afirma que parte dos veículos <strong>de</strong> comunicação alternativa<br />

<strong>de</strong>sse período possuía jornalistas motivados por i<strong>de</strong>ais políticos <strong>de</strong> esquerda. No livro<br />

Jornalistas e Revolucionários <strong>–</strong> <strong>nos</strong> tempos da imprensa alternativa, ele aponta que<br />

brotaram durante a ditadura, “131 jornais alternativos, sendo que 94 <strong>de</strong>les sobreviveram<br />

me<strong>nos</strong> <strong>de</strong> um ano”. O autor ressalta que apesar <strong>de</strong> ter caráter militante, como lembra<br />

Braga (1991), “os alternativos são também informativos e necessitam se manter como<br />

empresa para sobreviver, já que não são sustentados por um partido”.<br />

Nos a<strong>nos</strong> 60, em uma época em que a maioria dos gran<strong>de</strong>s jornais se alinhava à visão<br />

oficial do governo, por opção político-i<strong>de</strong>ológico ou <strong>de</strong>vido à censura, a imprensa<br />

alternativa representada pelos peque<strong>nos</strong> jornais, em geral com formato tabloi<strong>de</strong>, ousava<br />

avaliar com críticas os acontecimentos da ditadura. São exemplos, o Pif-Paf, lançado<br />

em 1964; o carioca <strong>Pasquim</strong>, que nasceu em <strong>1969</strong>, Pato Macho (<strong>1971</strong>), <strong>de</strong> Porto Alegre<br />

<strong>–</strong> RS ,Opinião (1972), <strong>de</strong> São Paulo. No ano <strong>de</strong> 1975, po<strong>de</strong>mos citar o jornal De fato, <strong>de</strong><br />

Belo Horizonte, Versus e Movimento, <strong>de</strong> São Paulo, além <strong>de</strong> Coojornal <strong>de</strong> Porto Alegre.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!