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O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

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Consi<strong>de</strong>rando que esse mesmo Po<strong>de</strong>r Revolucionário, exercido pelo<br />

presi<strong>de</strong>nte da República, ao convocar o Congresso Nacional para discutir,<br />

votar e promulgar a nova Constituição, estabeleceu que esta, além <strong>de</strong><br />

representar “a institucionalização dos i<strong>de</strong>ais e princípios da Revolução”,<br />

<strong>de</strong>veria “assegurar a continuida<strong>de</strong> da obra revolucionária” (Ato Institucional<br />

nº 4, <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1966);<br />

28<br />

Consi<strong>de</strong>rando que, assim, se torna imperiosa a adoção <strong>de</strong> medidas que<br />

impeçam sejam frustrados os i<strong>de</strong>ais superiores da Revolução, preservando a<br />

or<strong>de</strong>m, a segurança, a tranquilida<strong>de</strong>, o <strong>de</strong>senvolvimento econômico e cultural<br />

e a harmonia política e social do País comprometidos por processos<br />

subversivos e <strong>de</strong> guerra revolucionária;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que todos esses fatos perturbadores da or<strong>de</strong>m são contrários<br />

aos i<strong>de</strong>ais e à consolidação do Movimento <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1964, obrigando os<br />

que por ele se responsabilizaram e juraram <strong>de</strong>fendê-lo a adotarem as<br />

providências necessárias, que evitem sua <strong>de</strong>struição. (...) (Trecho do AI-5.<br />

Publicado em Brasília, no dia 13 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1968).<br />

Percebemos que a preocupação era, novamente, em relação aos chamados<br />

subversivos. Desse modo, o AI-5 viria para fazer, segundo o Regime, a manutenção da<br />

or<strong>de</strong>m, da segurança, da tranquilida<strong>de</strong>, do <strong>de</strong>senvolvimento e da harmonia da nação.<br />

Porém, parte <strong>de</strong>sse público <strong>de</strong> subversivos, estava preocupado em ocupar uma lacuna<br />

<strong>de</strong>ixada pela imprensa dominante, acrescentando aos jornais consi<strong>de</strong>rados peque<strong>nos</strong>,<br />

nomes importantes ligados ao campo <strong>de</strong> produção cultural do país no momento, como<br />

jornalistas e artistas.<br />

Nesse contexto, notamos que os a<strong>nos</strong> em que o Brasil sofreu com a Ditadura<br />

Militar representou um atraso em diversos segmentos, algo que contribui para retardar o<br />

crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento do país, ao contrário do que os militares alegavam<br />

almejar, o <strong>de</strong>senvolvimento e a tão sonhada “or<strong>de</strong>m”, não vingaram.<br />

Com as ameaças e intervenções sobre as liberda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> expressão, a informação<br />

tornou-se cada vez mais comprometida e os meios <strong>de</strong> comunicação afetados. O modo <strong>de</strong><br />

informar foi duramente afetado por causa do AI-5 <strong>de</strong>ixando muitos reflexos para fases<br />

posteriores sobre as praticas jornalísticas.<br />

Aquino (1999) em seu livro Censura, Imprensa, Estado autoritário (1968 <strong>–</strong><br />

1978), aborda o AI-5 e suas origens, consi<strong>de</strong>ra o episódio envolvendo o Deputado<br />

Márcio Moreira Alves.<br />

O AI-5 foi editado pelo presi<strong>de</strong>nte Costa e Silva, em meio ao rumoroso caso<br />

do <strong>de</strong>putado Márcio Moreira Alves. O <strong>de</strong>putado, por época do 7 <strong>de</strong> setembro<br />

<strong>de</strong> 1968, fez um discurso, na Câmara, em que instava a população a boicotar<br />

a parada militar comemorativa da In<strong>de</strong>pendência e sugeria às mulheres<br />

brasileiras que não namorassem militares envolvidos na repressão. O discurso

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