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O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

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edatores do jornal. Henfil era o responsável por imitar o traço <strong>de</strong> Jaguar, criador do<br />

ratinho Sig, enquanto Miguel Paiva imitava as ilustrações <strong>de</strong> Ziraldo. Desse modo, a<br />

situação da redação do <strong>Pasquim</strong> estava clara na capa em dois elementos: na frase-<br />

editorial, O PASQUIM <strong>–</strong> Apesar dos pesares, evi<strong>de</strong>nciando a persistência e a esperança<br />

do jornal diante da situação da prisão <strong>de</strong> sua equipe, e no balãozinho solto no final da<br />

página, aparentemente sem autor, que <strong>de</strong>monstra a perda dos redatores e o ganho <strong>de</strong><br />

uma equipe <strong>de</strong> colaboradores: Ainda com algo me<strong>nos</strong>, mas agora com muito mais.<br />

Cabe ressaltar que após o episódio da prisão, ficou claro para os jornalistas do<br />

<strong>Pasquim</strong> que não era mais possível “brincar” com a Ditadura sem sofrer alguma<br />

represália. Contudo, nem por isso o jornal per<strong>de</strong>u seu tom humorístico ou criativo. Pelo<br />

contrário, a imaginação dos colaboradores passou a ser solicitada <strong>de</strong> forma intensa para<br />

driblar a censura, com os mesmos propósitos: implicitar, subten<strong>de</strong>r e colocar nas<br />

entrelinhas o que queria ser dito. Havia uma gran<strong>de</strong> cumplicida<strong>de</strong> nesse processo<br />

criativo dos colaboradores, que ao criar seu material, fixavam uma espécie <strong>de</strong> código<br />

com os leitores, que precisavam enten<strong>de</strong>r a mensagem. Dessa maneira, po<strong>de</strong>mos<br />

perceber que as imagens no <strong>Pasquim</strong> acabavam por melhor <strong>de</strong>spistar a censura e a<br />

crítica, e é através <strong>de</strong>ssa linguagem através <strong>de</strong> metáforas que se evitava o confronto<br />

direto, porém, não me<strong>nos</strong> eficiente, ou até mais eficaz que a crítica nua e crua, através<br />

<strong>de</strong> palavras, textos.<br />

Retomando a charge em referência, percebemos que ela cita diversos nomes.<br />

Essa capa ilustra o Rush <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> citado anteriormente através <strong>de</strong> colaboradores<br />

como o cronista Rubem Braga, o jornalista e dramaturgo Antônio Callado, o cantor e<br />

compositor Chico Buarque, o cineasta Glauber Rocha, a atriz O<strong>de</strong>te Lara, cantor<br />

Roberto Carlos, entre tantos outros. Também po<strong>de</strong>mos perceber na charge, que o traço<br />

do ratinho Sig, imitado por Henfil é visivelmente diferente do ratinho <strong>de</strong>senhado pelo<br />

seu criador, Jaguar.<br />

Figura 6 Figura 7<br />

Ratinho Sig por Henfil Ratinho Sig por Jaguar<br />

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