O momento político que retrata o corte temporal da pesquisa aborda a essência dos a<strong>nos</strong> 60 e 70, período referente a uma intensa repressão para as representações culturais e jornalísticas. Retrataremos na pesquisa os fatos que o jornal O <strong>Pasquim</strong> viveu e que o levou a tomar outros rumos como as leis, a censura, a política, a economia, entre outros. Através <strong>de</strong> suas charges, o jornal O <strong>Pasquim</strong> dizia, nas entrelinhas, o que queria manifestar, o que muitos queriam dizer e calavam. Enfim, o <strong>Pasquim</strong> enfrentou a censura com humor e leveza, conquistando uma legião <strong>de</strong> fãs na época e muitos que o admiram até os dias <strong>de</strong> hoje, entre eles artistas, jornalistas e intelectuais. No capítulo <strong>de</strong> análise, escolhemos charges que ilustraram o momento em que o jornal vivia. As imagens esclarecem a situação em que o tabloi<strong>de</strong> se encontrava. A imagem A, <strong>de</strong> 12 a 18 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1970, <strong>de</strong> Millôr Fernan<strong>de</strong>s é uma charge feita antes da prisão da equipe do <strong>Pasquim</strong>, que acontecem em 1º <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1970. A imagem B, <strong>de</strong> 2 a 8 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1970 mostra uma charge <strong>de</strong> Jaguar, que contrasta a campanha <strong>de</strong> Médici com a conquista do tricampeonato brasileiro ao ilustrar uma família <strong>de</strong> favelados e os versos <strong>de</strong> Carlos Drummond <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>. Já na imagem C, Jaguar cria uma fotomontagem que gerou a prisão <strong>de</strong> praticamente toda a equipe do <strong>Pasquim</strong>. A imagem mostra a cavalaria <strong>de</strong> Dom Pedro I no Grito da In<strong>de</strong>pendência do Brasil. Jaguar para caçoar, colocou um balão na imagem <strong>de</strong> Dom Pedro com a frase “Eu quero é mocotó”, trecho <strong>de</strong> uma música <strong>de</strong> Jorge Ben Jor, bastante conhecida <strong>nos</strong> a<strong>nos</strong> 70. A imagem D, <strong>de</strong> 11 a 17 <strong>de</strong> novembro ilustra a ausência da equipe do jornal, em um momento ímpar na trajetória do tablói<strong>de</strong>, no qual os jornalistas e cartunistas que “sobraram”, entre eles Miguel Paiva, Henfil e Millôr Fernan<strong>de</strong>s, tiveram que produzir o <strong>Pasquim</strong>, continuar com seus editoriais, charges, entrevistas e o pior, sem po<strong>de</strong>r noticiar ao gran<strong>de</strong> público que sua equipe havia sido presa. Na frase do editorial <strong>de</strong>sta edição, a explicação sobre a situação da redação: “O <strong>Pasquim</strong> <strong>–</strong> o jornal com algo me<strong>nos</strong>”. O <strong>Pasquim</strong> se refere à prisão como uma “gripe” que assolou a equipe do jornal. Na imagem E, <strong>de</strong> 18 a 24 <strong>de</strong> novembro, na semana seguinte à capa anterior, a equipe já conta com colaboradores. Jornalistas, artistas, intelectuais e <strong>de</strong>mais pessoas do meio público se solidarizaram com a equipe do <strong>Pasquim</strong> e resolveram colaborar na produção <strong>de</strong> conteúdo do semanário. Por último, na imagem F, apresentamos a capa <strong>de</strong> O <strong>Pasquim</strong>, da semana <strong>de</strong> 21 a 27 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> <strong>1971</strong> que simboliza a saída da equipe 11
prisão e o início <strong>de</strong> uma nova fase no semanário, agora sem o seu diretor, Tarso <strong>de</strong> Castro. 12
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enunciação para entender melhor o
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edatores do jornal. Henfil era o re
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MIANI, Rozinaldo Antônio. Charge:
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VIERA, Evaldo. A república brasile
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