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O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

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O tom humorístico do texto contrasta com a representação da censura no<br />

semanário representada na imagem principal da capa e na frase-editorial. Na frase<br />

editorial, a explicação sobre a situação da redação: O <strong>Pasquim</strong> <strong>–</strong> o jornal com algo a<br />

me<strong>nos</strong>.<br />

108<br />

O jornal, sem po<strong>de</strong>r noticiar a prisão da equipe, produziu uma edição importante<br />

após a prisão, e como disse no próprio balão do lobo: inteiramente automática. A capa<br />

apresenta uma espécie <strong>de</strong> conotação, ou seja, a imagem ilustra algo além do seu<br />

significado literal, que escon<strong>de</strong> o fato da prisão <strong>de</strong> equipe em suas entrelinhas. Um lobo<br />

com a boca aberta, salivando, representaria a repressão através dos militares, já o<br />

cor<strong>de</strong>iro, representaria a equipe do <strong>Pasquim</strong>, acuados e sem saída diante da situação em<br />

que se encontravam. Essa seria a primeira mensagem enviada aos leitores sobre a prisão<br />

dos jornalistas e cartunistas. A mensagem é dada então, através do balão <strong>de</strong> fala que sai<br />

da boca do lobo. A imagem segue traços semelhantes aos do impressionismo, que<br />

buscava em suas pinturas, dar ênfase à luz e ao movimento, utilizando pinceladas e<br />

normalmente as telas eram pintadas ao ar livre para que o pintor pu<strong>de</strong>sse capturar<br />

melhor as variações <strong>de</strong> cores da natureza. Nesse caso, como a impressão gráfica do<br />

tablói<strong>de</strong> era com as cores preto e branco, essas variações <strong>de</strong> cores não são exaltadas.<br />

Millôr foi o responsável pela produção <strong>de</strong>ste número, e a capa traz a imagem <strong>de</strong><br />

um <strong>de</strong>senho antigo, já produzido antes, retirado dos materiais do arquivo do tabloi<strong>de</strong>.<br />

Aliás, entre os números 74 até o 80, Martha Alencar, Miguel Paiva, Millôr e Henfil<br />

foram os responsáveis pela produção do jornal.

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