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O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

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governo, que tinha como principal objetivo, proteger o país da subversão buscando<br />

manter a sua or<strong>de</strong>m.<br />

Já o governo <strong>de</strong> Emílio Garrastazu Médici que se instaurou no Brasil <strong>de</strong> <strong>1969</strong> até<br />

1974, caracterizou-se como período <strong>de</strong> intensa repressão da ditadura militar,<br />

fundamentada principalmente no Ato Institucional nº. 5 (AI - 5), <strong>de</strong>creto atribuído em<br />

13 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1968, fazendo com que esse período seja chamado por parte da<br />

historiografia como “os a<strong>nos</strong> <strong>de</strong> <strong>chumbo</strong>”. Os famosos “porões da ditadura” ganhavam<br />

o aval do Estado para promover a tortura e o assassinato no interior <strong>de</strong> <strong>de</strong>legacias e<br />

presídios.<br />

A instauração do AI - 5 marcou o auge das proibições e atingiu o jornalismo,<br />

que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> cumprir seus verda<strong>de</strong>iros princípios em função da censura. Esse Regime<br />

Militar durou até 1985, quando o presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves foi eleito, indiretamente, o<br />

primeiro presi<strong>de</strong>nte civil após a ditadura.<br />

A Ditadura Militar (1964 <strong>–</strong> 1985) com seus instrumentos <strong>de</strong> exceção, tais como<br />

a Lei <strong>de</strong> Segurança Nacional, Lei <strong>de</strong> Imprensa, censura prévia e outros, acabou<br />

excitando um dos fenôme<strong>nos</strong> que marcou a história do jornalismo brasileiro e a história<br />

do país, a chamada Imprensa Alternativa, Popular ou imprensa nanica.<br />

Através da Lei <strong>de</strong> Imprensa <strong>de</strong> 1967, o Regime Militar, podia através do<br />

Ministro da Justiça, <strong>de</strong>terminar a apreensão <strong>de</strong> qualquer jornal ou revista que contivesse<br />

propaganda <strong>de</strong> guerra, promovesse estímulo à subversão da or<strong>de</strong>m social e política e<br />

afrontasse a moral pública e os bons costumes, sendo que o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> advertência foi<br />

reforçado com a Lei <strong>de</strong> Segurança Nacional, no qual o artigo 16 previa a <strong>de</strong>tenção <strong>de</strong><br />

até um ano para “o jornalista que divulgar, por qualquer meio <strong>de</strong> comunicação social,<br />

notícia falsa, ten<strong>de</strong>nciosa, ou fato verda<strong>de</strong>iro truncado ou <strong>de</strong>turpado, <strong>de</strong> modo a indispor<br />

o povo com as autorida<strong>de</strong>s constituídas” (BERGER, 2003, p. 58).<br />

Os órgãos responsáveis pela censura preocuparam-se, primeiramente, com os<br />

chamados grupos “subversivos”, que seriam todos que tivessem participação ou<br />

simpatia pelo comunismo. Os meios <strong>de</strong> comunicação viviam um momento<br />

aparentemente esperançoso antes do <strong>de</strong>creto do AI-5. Lentamente, o cenário das<br />

redações dos jornais foi sendo alterado à medida que a censura foi se tornando mais<br />

rígida e centralizada. A repressão modificou as modos <strong>de</strong> produção jornalística e tudo<br />

que fora produzido precisava <strong>de</strong> um “aval” do Regime, para ser publicado. Assim,<br />

foram instituídos novos elementos ao cotidiano das publicações.<br />

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