13.04.2013 Views

O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Essa é uma característica que se apresenta com gran<strong>de</strong> força no humor <strong>de</strong><br />

oposição utilizado no período <strong>de</strong> <strong>1969</strong> até 1974 pelo jornal O <strong>Pasquim</strong>. Além das<br />

críticas através da ridicularização, o riso provocado pelos trabalhos humorísticos<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ava um efeito <strong>de</strong> catarse sobre as pressões e medos <strong>de</strong>senvolvidos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

um Regime que passa a utilizar o terror como forma <strong>de</strong> controle.<br />

A utilização do humor na expressão textual, visual e social é bastante explorada<br />

por Bergson (2004) em O Riso, ensaio sobre o significado do cômico. Nesta obra, o<br />

autor busca <strong>de</strong>finir os efeitos do cômico, ou seja, analisa as estratégias através das quais<br />

o cômico é obtido.<br />

O riso, portanto, é formado não apenas como a linha editorial escolhida pelo<br />

<strong>Pasquim</strong>, mas, principalmente, como meio <strong>de</strong> sobrevivência e <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> um<br />

público, além <strong>de</strong> estabelecer uma relação <strong>de</strong> diálogo e não diálogo com a censura<br />

carioca.<br />

Neste capítulo <strong>nos</strong> baseamos em conceitos sobre humor e riso face a censura e o<br />

que realmente esses dois conceitos fazem para <strong>de</strong>ixar nas entrelinhas uma informação<br />

que não po<strong>de</strong> ser percebida. Para isso, procuramos como suporte, conceitos <strong>de</strong> autores<br />

estudiosos do assunto como Sigmund Freud, Henri Bergson, Roger Chartier, Aucione<br />

Agostinho, entre outros.<br />

No capítulo que segue, vamos aprofundar os conceitos <strong>de</strong> censura e humor como<br />

linguagem. Demonstrar como o humor conseguiu estar a serviço <strong>de</strong> práticas<br />

jornalísticas, agindo como uma linguagem militante durante o período militar. Para isso,<br />

<strong>nos</strong> basearemos em autores como Rozinaldo Miani, Luiz Guilherme Teixeira, Gilberto<br />

Maringoni, Marcos Silva, Eloisa Klein, Maria Conceição Pires, Bernardo Kucinski,<br />

entre outros, que <strong>nos</strong> trazem alguns aportes empíricos para a análise que segue no<br />

capítulos abaixo.<br />

80

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!