13.04.2013 Views

O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

jornalismo, que ele sugere que “esse foi o jornalismo mais autêntico e não o industrial e<br />

informativo”. (SODRÉ, 1999: 15 - 16).<br />

Tengarrinha (1989), também historiador brasileiro e pesquisador na área do<br />

jornalismo impresso, classifica os pasquins, antes <strong>de</strong>les se esten<strong>de</strong>rem “aos jornais <strong>de</strong><br />

baixa qualida<strong>de</strong> e pouca moral”, como um “pequeno texto, com mais frequência<br />

manuscrita, contendo acusação direta e simples, sem fundamentação.”<br />

(TENGARRINHA, 1989, p. 75). Desse modo, se traduz que a opinião <strong>de</strong> Tengarrinha,<br />

tem por trás, uma crítica ao estilo dos pasquins, do contrário que escreveu Sodré, no<br />

qual preferiu salientar os traços <strong>de</strong> autenticida<strong>de</strong> e o esforço que os pasquins faziam<br />

para alimentar e comandar com liberda<strong>de</strong> as correntes <strong>de</strong> opinião que traziam em suas<br />

páginas e vertentes.<br />

Esses pasquins, que por vezes continham apenas duas folhas, com formato<br />

tabloi<strong>de</strong>. Esse jornaleco, também foi chamado <strong>de</strong> samizdat. Para organizar o conjunto<br />

expressivo <strong>de</strong> publicações recebidas o Centro <strong>de</strong> Imprensa Alternativa e Cultura Popular<br />

elaborou um instrumento <strong>de</strong> pesquisa em que estão relacionados todos os jornais,<br />

revistas, ca<strong>de</strong>r<strong>nos</strong>, boletins, suplementos e folhas, trabalho coor<strong>de</strong>nado por Leila<br />

Miccolis e Marcos Augusto Gonçalves. Neste acervo, o conceito <strong>de</strong> imprensa<br />

alternativa engloba todos aqueles periódicos que contestavam diretamente o regime <strong>de</strong><br />

exceção imposto a partir <strong>de</strong> 1964 e os que constituíam veículos <strong>de</strong> movimentos e<br />

correntes <strong>de</strong> esquerda, que agiam e pensavam <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, que não possuíam<br />

ligação a esquemas governamentais ou econômicos, mas sim, ligados ao<br />

comportamento, linguagem, além <strong>de</strong> uma diagramação arrojada para a época.<br />

Os jornais que se caracterizavam samizdat, tinham por características principais,<br />

folha, tamanho ofício, grampeada, variando o número <strong>de</strong> páginas <strong>de</strong> duas a vinte, com<br />

distribuição em São Paulo. Continha esquema <strong>de</strong> assinaturas, <strong>de</strong>senhos e textos. De<br />

acordo com Miccolis (1986, p. 148), esses tabloi<strong>de</strong>s se caracterizavam por ser “um<br />

jornalzinho <strong>de</strong> linha sem linha.” Leila Miccolis é escritora, editora e professora <strong>de</strong><br />

roteiro em televisão.<br />

Retomando ao jornal O <strong>Pasquim</strong>, <strong>nos</strong>so objeto <strong>de</strong> pesquisa, após fazer um uma<br />

breve explicação sobre a origem da palavra pasquim, seus significados, assim como as<br />

suas funções <strong>de</strong>ntro do jornalismo. Constatamos, que o jornal O <strong>Pasquim</strong> foi criado<br />

justamente pelos mesmos embasamentos que o restante dos pasquins. Procurava<br />

transformar, movimentar e acima <strong>de</strong> tudo informar, seja <strong>de</strong> forma clan<strong>de</strong>stina ou não.<br />

Para isso, <strong>nos</strong>so objeto <strong>de</strong> pesquisa usou o humor, que foi muito bem aceito pelos<br />

52

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!