13.04.2013 Views

O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ao cuidar para que os “atentados à moral e aos bons costumes” fossem<br />

evitados. (RIDENTI, 2004, p. 269)<br />

São diversos os estudos sobre censura no Brasil. Em Minorias Silenciadas, por<br />

exemplo, livro organizado por Carneiro, é possível ver a transformação das limites à<br />

imprensa ao longo da história: do Brasil colonial ao esboço da primeira esfera pública<br />

brasileira, no começo do século XIX, chegando à mais recente experiência <strong>de</strong> censura<br />

institucionalizada no pós-golpe <strong>de</strong> 1964. Nesse contexto, a censura já foi bastante<br />

estudada por Ri<strong>de</strong>nti e por outros autores em teses e publicações.<br />

Trabalhos mais específicos com autores que fazem parte da bibliografia <strong>de</strong>sta<br />

pesquisa, como Aquino em Censura, Imprensa e Estado Autoritário (1968-1978) e Be<br />

Kucinski, em Jornalistas e Revolucionários: Nos Tempos da Imprensa Alternativa,<br />

exploram a censura militar sob visões distintas, porém com uma abordagem bastante<br />

ampla.<br />

Diversos estudos sobre a censura contemplam e ampliam o embasamento sobre<br />

um dos piores momentos vividos pelo Brasil, no qual o Golpe militar <strong>de</strong>u origem a<br />

outro golpe, à liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão. Uma geração se calou aos mandos <strong>de</strong> um<br />

governo, cerceando suas ações, i<strong>de</strong>ais e voz. Porém, um grupo que se uniu para tentar<br />

reverter essa situação e dar ao país um novo sentido para lutar e conquistar seus direitos.<br />

Esse grupo foi composto por estudantes, jornalistas, intelectuais, artistas, entre outros<br />

brasileiros se<strong>de</strong>ntos por justiça.<br />

Com toda a repressão instalada no país, o Regime enxugava as matérias que<br />

seriam publicadas <strong>nos</strong> jornais, liberando apenas as que lhe convinham. Com o tempo, a<br />

censura aos meios <strong>de</strong> comunicação se tornou cada vez mais severa.<br />

De acordo com Gentilli (2004, p. 94), o grupo Frias Cal<strong>de</strong>ira, que produzia os<br />

jornais como a Folha <strong>de</strong> São Paulo, Folha da Tar<strong>de</strong>, Última hora, acatava muito bem<br />

as or<strong>de</strong>ns dos militares. Porém, no auge do governo Médici, um gran<strong>de</strong> jornal como O<br />

Estado <strong>de</strong> São Paulo, com a intensa repressão aos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />

enfrentar os militares. Em março <strong>de</strong> 2004, no texto que fez parte do especial Março <strong>de</strong><br />

64, o jornal O Estado <strong>de</strong> São Paulo, conta que a partir <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro houve fortes<br />

intervenções da censura no jornal O Estado <strong>de</strong> S. Paulo <strong>–</strong> sendo que entre 1972 e 1975<br />

censores foram instalados diretamente na redação.<br />

Com o AI-5, a censura se fez <strong>de</strong> duas formas: a censura prévia e a autocensura.<br />

Poucos periódicos tiveram coragem <strong>de</strong> criticar as barbarida<strong>de</strong>s que aconteciam no<br />

Regime e passaram pela censura <strong>de</strong> uma maneira severa. A censura prévia segundo<br />

24

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!