O Pasquim nos anos de chumbo (1969 – 1971): A CHARGE COMO ...
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Os mandos e <strong>de</strong>smandos da censura são vistos como relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r na<br />
tentativa <strong>de</strong> controle das mensagens em relação ao Regime, buscando diminuir a força<br />
dos opositores. Kucinski explica:<br />
42<br />
Enquanto a censura exógena do Estado impe<strong>de</strong> o exercício da liberda<strong>de</strong>, sem<br />
necessariamente afetar a dignida<strong>de</strong> do jornalista <strong>–</strong> sua persona <strong>de</strong> homem<br />
livre, - autocensura vai minando a integrida<strong>de</strong> do ser, porque ele aceita a<br />
restrição a sua liberda<strong>de</strong> e se torna ao mesmo tempo agente e objeto da<br />
repressão. (KUCINSKI, 2003, p. 238).<br />
A importância histórica da imprensa vinculada à geração <strong>de</strong> 60 vai além <strong>de</strong> seus<br />
elementos <strong>de</strong> cunho revolucionário. Os jornais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes experimentaram diversas<br />
formas <strong>de</strong> fazer gestão empresarial e <strong>de</strong> conformação e adaptação aos movimentos<br />
restritos e combativos da censura militar. Os mesmos, precisaram se moldar a uma nova<br />
maneira <strong>de</strong> fazer jornalismo, sem per<strong>de</strong>r suas origens e anseios, mesmo com a imensa<br />
repressão que o período ditava.<br />
Trabalhos mais específicos, como <strong>de</strong> Aquino, em Censura, Imprensa e Estado<br />
Autoritário (1968-1978), e Kucinski (1991), em Jornalistas e Revolucionários: Nos<br />
Tempos da Imprensa Alternativa, exploram a censura militar sob visões diferentes,<br />
porém igualmente abertas. A primeira aborda um jornal da chamada gran<strong>de</strong> imprensa e<br />
um da imprensa alternativa. Já Kucinski apresenta um olhar para a história dos jornais<br />
alternativos em uma tentativa <strong>de</strong> guardar a existência das mais passageiras publicações<br />
impressas <strong>nos</strong> a<strong>nos</strong> <strong>de</strong> <strong>chumbo</strong>.<br />
Para os jovens e sonhadores jornalistas, acadêmicos, estudantes e profissionais<br />
liberais, este caráter <strong>de</strong> libertação, característica do jornalismo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, gera<br />
prazer e aproximação da realida<strong>de</strong>, tornando esse tipo <strong>de</strong> jornalismo inovador e<br />
transformador por si só.