Plano Municipal de Saneamento Básico - Habisp
Plano Municipal de Saneamento Básico - Habisp
Plano Municipal de Saneamento Básico - Habisp
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
alcança o curso <strong>de</strong> água. Para chuvas <strong>de</strong> mesma intensida<strong>de</strong>, a vazão gerada em uma<br />
bacia urbanizada é maior que a vazão que seria gerada na mesma bacia antes da<br />
urbanização (pré-<strong>de</strong>senvolvimento). Vazões <strong>de</strong> cheias em bacias urbanizadas po<strong>de</strong>m<br />
ser mais <strong>de</strong> seis vezes maiores que as vazões <strong>de</strong> pré-<strong>de</strong>senvolvimento.<br />
A urbanização não planejada produz dois efeitos sobrepostos que contribuem para o<br />
aumento dos riscos <strong>de</strong> inundação:<br />
a) Ocupação <strong>de</strong> áreas ribeirinhas<br />
A pressão do crescimento urbano acelerado induz a ocupação das áreas <strong>de</strong><br />
fundos <strong>de</strong> vale que, nas estações <strong>de</strong> chuvas, são ocupadas também pelas<br />
enchentes naturais. Nesta situação, Cida<strong>de</strong> e águas pluviais disputam o mesmo<br />
espaço.<br />
b) Impermeabilização da bacia hidrográfica<br />
A construção <strong>de</strong> edifícios, a pavimentação <strong>de</strong> áreas abertas e a abertura <strong>de</strong> vias<br />
aumentam a impermeabilização do solo, reduzindo sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção<br />
e infiltração. A implantação <strong>de</strong> galerias para drenagem das águas pluviais<br />
acelera a velocida<strong>de</strong> do escoamento. O resultado é o aumento do volume e da<br />
velocida<strong>de</strong> do escoamento. Como consequência, as áreas ocupadas pelas<br />
enchentes passam a ser maiores que as áreas que eram ocupadas antes da<br />
urbanização e as vazões <strong>de</strong> pico surgem com maior rapi<strong>de</strong>z.<br />
Os subsistemas <strong>de</strong> micro e macrodrenagem convencionais resolvem parcialmente o<br />
problema. Apenas transferem o excesso <strong>de</strong> águas pluviais <strong>de</strong> um ponto a outro. Como<br />
consequência, surgem novas áreas <strong>de</strong> inundação mais a jusante. Se, para solucionar o<br />
problema <strong>de</strong>ssas novas áreas, for utilizado o mesmo tipo <strong>de</strong> solução, outros pontos <strong>de</strong><br />
inundação vão surgir. Cria-se assim um infindável processo <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong><br />
inundações, com volumes crescentes <strong>de</strong> águas pluviais.<br />
Este processo se agrava quando fundos <strong>de</strong> vale estão confinados por edificações,<br />
avenidas e outras construções, que ocupam as áreas que <strong>de</strong>veriam ser reservadas às<br />
inundações periódicas. O aumento das vazões e dos níveis <strong>de</strong> água <strong>de</strong>manda áreas<br />
cada vez maiores e cada vez menos disponíveis. Isto é precisamente o que vem<br />
acontecendo em São Paulo. As altas taxas <strong>de</strong> impermeabilização, associadas à<br />
ocupação (regular e irregular) das áreas ribeirinhas, <strong>de</strong>correntes da falta <strong>de</strong> um<br />
planejamento urbano a<strong>de</strong>quado, estão na origem das inundações que tantos prejuízos<br />
107