Plano Municipal de Saneamento Básico - Habisp
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De fato, a década <strong>de</strong> 1970 representou uma inflexão nos serviços <strong>de</strong> água e esgoto em<br />
gran<strong>de</strong> parte das metrópoles brasileiras, por força dos recursos fe<strong>de</strong>rais disponibilizados<br />
pelo <strong>Plano</strong> Nacional <strong>de</strong> <strong>Saneamento</strong> (PLANASA), gerido pelo BNH e operado por<br />
concessionárias estaduais, então criadas. A melhoria respondia também às <strong>de</strong>mandas<br />
crescentes dos movimentos sociais que se alojavam nas periferias em áreas<br />
<strong>de</strong>sprovidas <strong>de</strong> infra-estrutura e serviços. Talvez por esse motivo tenha-se priorizado o<br />
abastecimento <strong>de</strong> água, tendo sido relegado o esgotamento sanitário a um segundo<br />
momento.<br />
A diferença no atendimento <strong>de</strong>sses dois serviços públicos, assim como a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> acesso dada pela renda, tornaram-se características marcantes na condição <strong>de</strong><br />
saneamento básico nas metrópoles brasileiras. Embora no caso do Município <strong>de</strong> São<br />
Paulo, praticamente o total da área urbanizada seja atendida pelo sistema <strong>de</strong><br />
abastecimento <strong>de</strong> água, o mesmo não ocorre com o esgotamento sanitário, on<strong>de</strong> se<br />
verifica uma <strong>de</strong>fasagem entre a cobertura com re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> coleta (87,2% dos domicílios<br />
segundo o SNIS) e o efetivo tratamento dos esgotos. O fato é que a implantação do<br />
sistema <strong>de</strong> esgotamento sanitário cresce mais lentamente que outros serviços <strong>de</strong><br />
saneamento básico.<br />
Em 2000, os dados da Pesquisa Nacional <strong>de</strong> <strong>Saneamento</strong> do IBGE contabilizaram, para<br />
o Município, 3,7 milhões <strong>de</strong> metros cúbicos <strong>de</strong> água servida e 835 mil m³ <strong>de</strong> esgoto<br />
tratado, que representava 22% do total <strong>de</strong> água servida. Os restantes 78% tiveram como<br />
<strong>de</strong>stino preferencial, então, o sistema <strong>de</strong> águas pluviais. De fato, o <strong>Plano</strong> Integrado<br />
Regional (PIR) informa que há mais <strong>de</strong> cinco mil pontos cadastrados <strong>de</strong> lançamento <strong>de</strong><br />
esgotos diretamente em rios e córregos do município paulistano. Este é o indicador<br />
mais eloqüente das conseqüências da <strong>de</strong>fasagem mencionada, entre os níveis <strong>de</strong><br />
atendimento com re<strong>de</strong> <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água e os níveis <strong>de</strong> cobertura e tratamento<br />
<strong>de</strong> esgotamento sanitário.<br />
Em relação à drenagem <strong>de</strong> águas pluviais, principalmente a macrodrenagem, o<br />
PLANASA também teve papel <strong>de</strong>cisivo. Por meio da linha <strong>de</strong> financiamento<br />
PLANASA/FIDREN, o Município viabilizou diversas avenidas <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> vale,<br />
conjugadas à canalização <strong>de</strong> córregos. Essas avenidas propiciaram acessibilida<strong>de</strong>s<br />
adicionais às regiões periféricas, que abriram caminho para novos interesses por essas<br />
áreas, agora do mercado imobiliário formal.<br />
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