revista do instituto geográfico e histórico da bahia - IGHB

Oriente a Francisco Xavier, na esquadra do vice-rei da Índia,
Martim Afonso de Souza (FERREIRA, 1966, p. 5-7). No ano
seguinte Francisco Xavier escreveu, da Índia, uma carta a
Jerônimo Nadal, seu contemporâneo na Universidade de Paris,
falando de um seminário para a educação de meninos, fundado
no ano anterior por dois sacerdotes seculares, e que posteriormente
foi confiado aos jesuítas, com a denominação de Colégio
de S. Paulo, base da futura Universidade de Goa (FERREIRA,
1966, p. 22 e GOMES, 1995, p. 28)
D. João III (que reinou de 1521 a 1557) fizera uma reforma
de estudos em Coimbra para onde se deslocara a corte em
fins da década de 20, fugindo da peste que grassava em Lisboa.
Criara quatro colégios naquela cidade para instalação de estudantes
e para lecionar os preparatórios. Em 1537 El Rei transferiu
a Universidade de Lisboa para Coimbra. Na reforma de
ensino feita por D. João III ficou clara a separação do ensino de
base, preparatório, e o ensino superior ou universitário. Nos
estudos menores repudiou-se o esquema de matérias distribuídas
pelo trívio (Gramática, Retórica e Dialética) e quadrívio
(Aritmética, Geometria, Música e Astronomia), como nos tempos
medievais (CARVALHO, 1996, p. 176, 182, 211, 213).
Em 21 de fevereiro de 1548, com o auxílio de André Gouveia,
diretor do Colégio de Santa Bárbara de Paris, D. João III inaugurou
o Real Colégio das Artes de Coimbra para o qual chamou
mestres estrangeiros de renome, sobretudo do colégio da Guiena
de Bordéus, que André Gouveia também dirigira; estes professores
constituíram aí em Coimbra o grupo dos “bordaleses”.
Foram admitidos ainda professores lusitanos, recrutados em Portugal
onde já lecionavam, mas que formaram o grupo chamado
Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. 103, p. 123-163, 2008 127
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