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revista do instituto geográfico e histórico da bahia - IGHB

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Altar-Mor<br />

A arquitetura interior <strong>da</strong> atual Catedral Basílica realiza a<br />

noção estabeleci<strong>da</strong> <strong>do</strong> espaço unifica<strong>do</strong>, de conotação tridentina;<br />

no entanto, as capelas laterais se apresentam coincidentes com<br />

o modelo <strong>do</strong> maneirismo, em Portugal, e com as proporções<br />

alonga<strong>da</strong>s relativas à evolução estilística <strong>do</strong> retábulo (SMITH,<br />

1962; 5), tornan<strong>do</strong>-se níti<strong>da</strong> aqui a íntima relação entre arquitetura<br />

e retábulo. Esse renova<strong>do</strong> esquema de proporções, suscitan<strong>do</strong><br />

um ritmo solene, resulta assim <strong>do</strong> longo processo envolven<strong>do</strong><br />

a talha e a arquitetura. Ritmo que se acentua na concepção<br />

<strong>da</strong> capela mor, exemplo <strong>da</strong> fórmula jesuítica que associava<br />

talha e pintura numa uni<strong>da</strong>de indivisível como mostram as capelas<br />

laterais. Contu<strong>do</strong>, o sistema que foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> na ornamentação<br />

parietal desta capela-mor remonta em sua origem a um<br />

momento primordial <strong>do</strong> maneirismo – qual seja a decoração pictórica<br />

<strong>do</strong> salão vasariano no Palazzo Vécchio, em Florença.<br />

O altar-mor <strong>da</strong> Catedral Basílica foi produzi<strong>do</strong> entre 1659<br />

e 1672, obra <strong>do</strong> irmão João Correia, o mesmo que é considera<strong>do</strong><br />

também o provável autor <strong>do</strong> risco <strong>do</strong> retábulo. Com ele trabalharam<br />

Domingos Trigueiros 2 e Domingos Rodrigues 3 , mem-<br />

2 Domingos Trigueiros (Ponte de Lima, Portugal c. 1652 – Salva<strong>do</strong>r, 1732)<br />

ingressou na companhaia de Jesus com 19 anos, em plena fase de construção<br />

<strong>da</strong> Igreja <strong>do</strong> Colégio, onde faleceu com mais de 80 anos. Sabe-se ter si<strong>do</strong><br />

escultor e entalha<strong>do</strong>r, portanto, o seu ambiente de trabalho só pode ter si<strong>do</strong> o<br />

mesmo onde sempre viveu desde a fase de aprendiz.<br />

3 Domingos Rodrigues (Arru<strong>da</strong>, Distrito de Lisboa c. 1632 – Salva<strong>do</strong>r ? ), vin<strong>do</strong><br />

para o Brasil em 1659 ou 1660, afirma-se como pintor, <strong>do</strong>ura<strong>do</strong>r e escultor,<br />

ten<strong>do</strong> vivi<strong>do</strong> por curto perío<strong>do</strong> na ci<strong>da</strong>de de Santos. É ti<strong>do</strong> como o <strong>do</strong>ura<strong>do</strong>r <strong>da</strong><br />

talha <strong>da</strong> Igreja <strong>do</strong> Colégio de Salva<strong>do</strong>r.<br />

42 Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salva<strong>do</strong>r, v. 103, p. 25-51, 2008<br />

IGH-2.pmd 42<br />

28/11/2008, 08:36

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