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revista do instituto geográfico e histórico da bahia - IGHB

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de, ou a continuação <strong>da</strong> guerra ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong>s ingleses. Ten<strong>do</strong>-lhe<br />

si<strong>do</strong> rejeita<strong>da</strong> a possibili<strong>da</strong>de de permanecer neutro, só lhe restava<br />

a segun<strong>da</strong> hipótese 13 .<br />

Na reali<strong>da</strong>de, relativamente a Portugal e para além de lhe<br />

pretender impor o bloqueio continental, Napoleão não agiu com<br />

grande consideração. Com vista a destituir <strong>do</strong> poder a Casa de<br />

Bragança, e com empenho prático e completamente alheio ao<br />

espírito lusitano, planeou inicialmente, já em 1806, uma anexação<br />

de Portugal à Espanha 14 , depois a sua divisão em três “reinos”,<br />

através <strong>do</strong> Trata<strong>do</strong> secreto (com a Espanha) de<br />

Fontainebleau, de Outubro de 1807, e por fim, ain<strong>da</strong>, já depois,<br />

a possibili<strong>da</strong>de de fazer coroar um rei francês.<br />

Previa-se, portanto, a partir de certa altura, a ocupação de<br />

Portugal pelas tropas francesas 15 , através <strong>da</strong> qual Napoleão pretendia<br />

coagir o governo português a fazer a guerra à Inglaterra,<br />

levan<strong>do</strong>, inclusive, a guerra à América <strong>do</strong> Sul.<br />

Neste contexto de ameaça é, a 22 de Outubro de 1807,<br />

celebra<strong>do</strong> um acor<strong>do</strong> secreto entre Portugal e a Grã Bretanha,<br />

pelo qual se decidia, nomea<strong>da</strong>mente, a transferência <strong>da</strong> Corte<br />

Portuguesa para o Brasil e a obrigação portuguesa de poste-<br />

13 No âmbito <strong>do</strong>s diversos equilíbrios europeus que se sucedem desde a execução,<br />

em França, de Luís XVI, a possibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> neutrali<strong>da</strong>de portuguesa fora<br />

já posta em causa com a denúncia francesa <strong>do</strong> Trata<strong>do</strong> de 1804, sob a alegação<br />

de mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong>s circunstâncias que o haviam torna<strong>do</strong> possível. De to<strong>da</strong>s as<br />

formas, a neutrali<strong>da</strong>de portuguesa em conflitos europeus de grande dimensão<br />

– como demonstra<strong>do</strong> depois na Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial – não era forçosamente<br />

contrária à secular aliança luso-britânica, nem aos interesses concretos<br />

de Portugal e <strong>da</strong> Inglaterra.<br />

14 Sob o então Príncipe <strong>da</strong>s Astúrias.<br />

15 Cuja marcha sobre Portugal (desde 7 de Outubro) foi conheci<strong>da</strong> em Lisboa,<br />

pelo menos desde 31 de Outubro.<br />

172 Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salva<strong>do</strong>r, v. 103, p. 165-211, 2008<br />

IGH-2.pmd 172<br />

28/11/2008, 08:36

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